Vice-presidente diz que Brasil vai bem, apesar da política monetária

06/01/2009 - 18h35

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ovice-presidente José Alencar afirmou disse hoje (6), poucassemanas antes da primeira reunião do ano do Comitê dePolítica Monetária (Copom), que a economia brasileiraestá bem, apesar da política monetária adotadapelo Banco Central (BC). Para o vice-presidente, é preciso dar ao BC ordem para praticar taxas de juros semelhantes às dosoutros países. “O Brasil vai bem, apesar da políticamonetária. Não graças a ela, apesar dela. Ela[política monetária] vai nos levar, em oitoanos, R$ 1,2 trilhão [com a rolagem da dívida dopaís]”, disse Alencar. Segundo ele, somente os jurospagos pela rolagem da dívida durante oito anos custarãoR$ 1,2 trilhão aos cofres da União.“Isso nãoé assunto para técnicos [baixar a taxa]. Isso éassunto para decisão política. O que nós temosque fazer é dar ao Banco Central uma ordem para que pratiquetaxa de mercado, nem maior, nem menor do que as dos outros países”,afirmou Alencar, em conversa com jornalistas, em seu gabinete noPalácio do Planalto.Para ele, é um equívocoachar que o presidente do BC, Henrique Meirelles, é oprincipal responsável pela queda da inflação nopaís. “Eles pensam que ele é o responsávelpelo fim da inflação”, disse o vice-presidente, aocontar episódio em que Meirelles foi homenageado por umarevista de circulação nacional, evento do qualparticipou.Apesar das críticas ao BC, Alencar afirmouque Meirelles é um amigo. E relatou que, dias antes de o Copomaumentar os juros, teve uma reunião com o presidente do BC.“Ele disse para mim: ‘Eu concordo com o senhor em gênero,número e grau. No dia seguinte, aumentou mais meio por cento”,disse, em meio a risadas. Segundo o vice-presidente,Meirelles argumenta que uma possível queda da taxa pode levarao aumento do consumo e, conseqüentemente, ao crescimento dainflação. Já Alencar alega que mais da metade dapopulação brasileira consome apenas o essencial e queos juros altos impedem o acesso a outros bens.Na últimareunião de 2008, o Copom decidiu manter a taxa básicade juros (Selic) em 13,75% ao ano. O próximo encontro docolegiado está marcado para os dias 20 e 21 deste mês,quando os analistas de mercado esperam por um anúncio deredução da taxa.