Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O balanço de2008 do setor de seguros e resseguros é positivo, avaliou otitular da Superintendência de Seguros Privados (Susep),Armando Vergílio dos Santos Júnior, em entrevista àAgência Brasil. O faturamento do setor deve se aproximardos R$ 100 bilhões este ano. E a marca deve ser superada em2009, incluindo aí também o seguro saúde,acredita Armando Vergílio. A Susep é o órgãoregulador e fiscalizador do mercado de seguros e resseguros.“Conseguimos superaras expectativas iniciais com relação, principalmente, à abertura do mercado de resseguro. É a prova cabal deque a regulação feita por nós no final do anopassado, e que começou a vigorar em abril deste ano, foiadequada e conseguiu atrair a atenção de váriosinvestidores internacionais”, disse Armando Vergílio.O setor de ressegurosestá encerrando o ano de 2008 com 41 resseguradoras nas trêsmodalidades (local, admitida e eventual). Dessas, cinco sãoresseguradoras locais já operando no país: IRBBrasil-Re, Munich Re, J. Malucelli, Mapfre e XL. Além disso, Armando Vergílio destacou a existência no mercado decerca de 30 brokers (corretoras) de resseguro. “Sãocerca de 70 a 80 novas empresas operando no setor de ressegurosaberto no Brasil”.“Temos 16resseguradores admitidos (estrangeiras com escritório no país,mas operando a partir do exterior) já cadastrados eautorizados e 20 resseguradores eventuais. “Ou seja, já são41 resseguradoras operando nesse mercado, com a perspectiva de, nocurtíssimo prazo, ter no mínimo até 15 novasempresas de resseguros”, acrescentou.Ele falou tambémsobre o IRB, que detinha o monopólio do mercado resseguradorno Brasil. A quebra do monopólio fez bem à empresa,avaliou o superintendente da Susep. “O IRB tem divulgado sucessivoslucros em seus balanços. É o maior resseguradornacional, tem capital robusto e está passando por um processode renovação e de contextualização emrelação a essa nova realidade, que é o mercadoconcorrente. O IRB tem muita credibilidade internacional e tambémna sociedade brasileira, além de ter um bom corpo técnico”.De acordo com a LeiComplementar 126, que abriu o mercado do resseguro, a preferênciapara os negócios de resseguro será para as empresaslocais. Durante os próximos três anos, 60% de qualquercessão de resseguro que a seguradora tiver que fazer tem queofertar preferencialmente ao mercado de resseguradoras locais. Essa éuma regra criada para incentivar o surgimento de um mercadoressegurador local, forte e concorrente, salientou Armando Vergílio.Ele aposta que o setor segurador brasileiro deve continuar em ritmo de crescimentoem 2009, embora experimentando alguma desaceleraçãodevido à crise externa. No ano passado, o setor de segurosnacional cresceu 17%. Para este ano, Vergílio prevê umaumento entre 17% a 18%. Para 2009, a perspectiva ainda éboa, “em que pese estarmos bastante vigilantes em relaçãoà questão da crise financeira mundial”. A previsãoé que haja ainda um crescimento positivo, embora se reduzapara 12% a 15% no próximo ano.