Crime organizado atua no comércio de derivados de petróleo para lavar dinheiro, diz Sindicom

16/12/2008 - 17h54

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O crime organizado está se infiltrando no setor de venda de derivados de petróleo no Brasil para poder lavar dinheiro obtido de forma irregular. A denúncia é do vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alisio Vaz. Ele estimou em cerca de R$ 1 bilhão as perdas do país com o recolhimento de impostos em decorrência das fraudes.Na avaliação de Alisio Vaz, pelo menos um quarto do álcool vendido no país apresenta algum problema de sonegação de imposto o que prejudica os empresários que atuam dentro da Lei. “Até mesmo o crime organizado está começando a atuar no setor para lavagem de dinheiro. É uma espécie de upgrade -  modernização da bandidagem - principalmente em São Paulo”, disse.O vice-presidente executivo do Sindicom informou também que a entidade, órgãos do governo e a Agência Nacional doPetróleo (ANP) vêm executando ações de combate a esse tipo de fraude com resultados positvos. Alisio Vaz citou a adoção da obrigatoriedade da NotaFiscal Eletrônica (NFe), que potencializa o controle na movimentaçãodos combustíveis e inibe as fraudes.As declarações do vice-presidente Executivo do Sindicom foram dadas hoje (16), durante entrevista à imprensa, ao apresentar o o balanço das atividades do setor este ano. Os dados apresentado indicam que as vendas de derivados das empresas ligadas ao Sindicom atingirão em 2008 o recorde de 76,3 bilhões de litros, com crescimento de 7,1% sobre o volume comercializado em 2007.Segundo Alisio Vaz, a venda de álcool combustível deverá atingir os 7,1 bilhões de litros este ano, só das empresas associadas ao Sindicom, que respondem por 49,5% do mercado total do país.Somados ao volume comercializado pelo mercado como um todo, a venda de álcool deverá totalizar 13,1 bilhão de litros, superando, inclusive, o recorde de 1990, antes do declínio do pró-álcool, quando o volume comercializado chegou a 11,1 bilhões de litros vendidos.De acordo com o sindicato, as vendas totais do mercado somarão 96,1 bilhões de litros, crescimento de 8,8% sobre o resultado de 2007. “O advento do carro flex [que hoje já responde por 90% das vendas no país] levou a um crescimento tão pungente do mercado de etanol que arrastou também o mercado clandestino", disse Alisio Vaz.