Setor siderúrgico não tem indicativo de demissões, assegura executivo do IBS

12/12/2008 - 15h29

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O vice- presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Polo de Mello Lopes, disse hoje (12) à Agência Brasil não ter informação sobre possíveis demissões no setor em razão da crise internacional.“O que eu tenho de  informação no IBS é que, com  as paralisações [de equipamentos], houve readequação e realocação de pessoal. Você tem férias coletivas, inclusive dos grupos ligados aos equipamentos em manutenção, mas não tenho indicativo de demissões.”Já o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, afirmou ontem (11), na saída de reunião com o presidente Lula, que não descartava demissões  devido à crise. “A gente tem que cuidar das empresas, a gente tem que cuidar dos empregos, mas a gente tem que ser realista”, disse empresário.

A avaliação dos  executivos do setor siderúrgico é de que  a crise que começou nos Estados Unidos e se estendeu para as economias reais, repercutindo sobre os mercados internos dos países desenvolvidos e em desenvolvimento,  tem um prazo de duração.

Lopes chamou a atenção para um fator importante que distingue o Brasil  das economias que já estão em recessão, como Japão, os países da União Européia e os Estados Unidos. Esse fator  é o mercado interno.

“Esse mercado interno precisa ser preservado, por meio de medidas de incentivo ao consumo, pela aceleração das obras de infra-estrutura. A gente não pode - neste momento em que você tem economias em recessão, aumento do protecionismo e desvio do comércio - continuar com alguns aços, por exemplo, com alíquota zero. Isso é de uma ingenuidade monumental”, criticou.

Segundo o vice-presidente executivo do IBS, as medidas anunciadas ontem (11) pelo governo para estimular o crédito e o consumo devem contribuir para dar novo fôlego aos setores consumidores de aço no país e, com isso, sinalizar para  a continuidade de crescimento do setor siderúrgico.

“Sem dúvida nenhuma, são medidas que podem ajudar porque crédito é um problema hoje vital e emergencial e ligado diretamente ao que seria a  sustentabilidade do mercado interno, que é um fator diferencial que o país tem em relação às economias que já estão em recessão", comentou Lopes.