Indústria aprova pacote econômico paulista, mas pede novas medidas

12/12/2008 - 16h23

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Representantes do setor industrial que compareceram hoje(12) à cerimônia de anúncio das medidas de estímulo à economia elaboradaspelo governo paulista apoiaram as propostas, mas cobraram novas ações. Paraeles, a crise é séria e, por isso, os governos, tantos os estaduais quanto ofederal, devem continuar agindo para evitar uma recessão e demissões.O próprio presidente da Federação das Indústrias do Estadode São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf,  afirmou que elas são“insuficientes”. “Obviamente, esperamos mais”, disse ele, que, segundo o governador José Serra, ajudoua elaborar algumas das medidas anunciadas hoje. “Por enquanto, éisso, mas há necessidade de caminharmos mais na desoneração e no alongamento doprazo de pagamento de impostos.”O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas(Sindimaq), Luiz Aubert Neto, também destacou a limitação das medidas. Apesar desó o setor, o qual ele representa, ter sido beneficiado pela criação de uma linhade crédito com o valor de R$ 200 milhões, Neto diz que é preciso pensar emmudanças maiores. “Essas medidas estão corretas, mas são iguais a umantitérmico: tem tempo e espaço curto para os efeitos”, afirmou. “As principaismedidas são as reformas tributária, fiscal e trabalhista que a gente tantoprecisa”Já o presidente do Sindicato Nacional da Indústria deComponentes de Veículos Automotores (Sindpeças), Paulo Roberto Rodrigues Butori,afirmou que a destinação de R$ 1 bilhão para empréstimos para o setor é uma boainiciativa, mas não descartou pedir novos auxílios governamentais. “Se aeconomia não reagir, vamos voltar a bater na porta [dos governos]novamente.”Em entrevista coletiva, Butori afirmou ainda que o primeiro semestre do ano que vem será difícil e não descartou a possibilidade de demissões. "Se as coisas não voltarem, o desempego vai ser grande", alertou ele.O desemprego também é uma das grandes preocupações do governador Serra. Ele afirmou que o trabalho tem que ser tratado como "variável número um". Para Butori, a melhor maneira de garantir o emprego é manter o nível de atividade da economia.