Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ostrabalhadores assalariados vão pagar menos Imposto de Renda nafonte, a partir de 1º de janeiro de 2009, conforme garantiu hoje(11) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar a criaçãode mais duas alíquotas na tabela do IR para pessoa físicas:uma de 7,5% e outra de 22,5%.Atualmente só existemduas alíquotas: de 15% e de 27,5%, com direito a descontos nocálculo final. Com a mudança, o desconto agora ficadiferente. Os salários até R$ 1.434 mil ficam isentos,e deste patamar até R$ 2.150 mil vão pagar 7,5%; de R$2.151 mil a R$ 2.866 mil a alíquota será de 15%; de R$2.,867 mil a R$ 3.582 mil fica na faixa de 22,5%; e daí emdiante pagam 27,5%.O ônus fiscal dessa medida seráde R$ 4,9 bilhões, de acordo com Mantega. Será umdinheiro a menos nos cofres públicos, mas que, segundo ele,“será injetado na economia como consumo. Vai aliviar a cargafiscal, que é o que todo mundo quer, e ao mesmo tempo vaiestimular a demanda”.O ministro informou que, a partir deamanhã (12), haverá desoneração fiscal deR$ 12,5 bilhões por ano com a redução daalíquota do Imposto sobre Operações Financeiras(IOF), hoje de 3% mais 0,38%. Ele assegurou que a alíquota vaicair para 1,5%, voltando ao que era no início do ano, mais0,38% correspondente à antiga ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação Financeira(CPMF).De acordo com seus cálculos, o impacto dessamedida no spread bancário (diferença entre o queos bancos pagam na captação de depósitos e naconcessão de empréstimos) deve ser de aproximadamente4%. “Com isso, esperamos baratear uma parte importante dos juros,que aumentaram muito nesse período de crise e de escassez decrédito”, afirmou.O ministro ressaltou, contudo, queà medida que o crédito vai sendo restabelecido e aoferta aumenta, ao mesmo tempo a insegurança diminui.“Acredito que estamos numa situação caminhando para anormalidade”, disse Mantega. Ele ressaltou, no entanto, que osjuros podem se reduzir ainda mais, de modo a reativar a atividadeeconômica e a demanda por consumo.No caso dos bancospúblicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil),ele garantiu que “haverá redução imediata”.Para ele, os bancos privados irão pelo mesmo caminho, para queo nível de crescimento se mantenha satisfatório no paísno próximo ano.Também presente àentrevista, no Ministério da Fazenda,o ministro doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MiguelJorge, explicou as mudanças na arrecadação doImposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrados da indústriaautomobilística, que vão gerar incentivo fiscalestimado em R$ 1 bilhão.Com o objetivo de preservarempregos e ajustar gradualmente a promoção de vendas dosetor automotivo, a medida visa a baratear temporariamente a comprade automóveis, de amanhã (12) até 31 de marçode 2009. Por isso, carros de até 1.000 cilindradas, quepagavam alíquota de 7% de IPI, estarão isentos dotributo nesse período.Acima disso, continuarãorecolhendo o IPI, mas em bases menores. Para os carros de 1.001 a2000 cilindradas, a taxa cai dos atuais 13% para 6,5% (a gasolina) ede 11% para 5,5% (a álcool e flex); de 2.000cilindradas em diante ficam mantidas as alíquotas de 25%(gasolina) e de 18% (álcool e flex).No caso daspickups até 1.000 cilindradas, consideradas veículosleves, a queda será de 8% para 1% qualquer que seja ocombustível. As pickups de 1.001 a 2.000 cilindradasterão IPI reduzido de 8% para 4%, tanto a álcool quantoa gasolina.