Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro AltemirGregolin, da Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca,considerou positivo o balanço do setor pesqueiro neste ano. Ementrevista à Agência Brasil, ele apontou doisindicadores para comprovar essa avaliação: aumento doconsumo e das vendas (cerca de 15% ao ano) de pescado nos supermercados nosúltimos três anos e o ressurgimento da indústriapesqueira no país. Segundo Gregolin, neste ano, 35%dos pedidos de serviços de inspeção federal paraa construção de novas plantas industriais na áreade carnes no Ministério da Agricultura foram para o setor depescado. “Isso não acontecia pelo menos há 20 anos.Ou seja, o momento é muito positivo, é favorável,o governo aposta nisso e está investindo no desenvolvimento dapesca e aqüicultura.”Gregolin lembrou que uma dasdiretrizes do Plano de Desenvolvimento Sustentável Mais Pescae Aqüicultura 2008/2011 é a Política deDesenvolvimento Territorial da Pesca e Aqüicultura, lançadaem novembro, para estimular a produção e o consumo depescado. A meta é aumentar a produção nacionalde pescado de 1,050 milhão de toneladas para 1,430 milhãode toneladas no período, e o consumo de peixe de sete quilosper capita por ano para nove quilos per capitaO ministro disse que o Brasil,com quase 200 milhões de habitantes, tem um potencial enormede crescimento do consumo de peixe. “Nós jáimportamos pescado para atender à demanda interna. O queprecisamos fazer, além de aumentar o consumo, éestimular a produção.” Ele explicou que o objetivo doplano é desenvolver o potencialbrasileiro, que pode ser traduzido por água em abundância,espécies nobres e clima favorável, além dadecisão governamental de apoiar o setor, que é fonte deriqueza e de geração de renda e de emprego. “Énisso que estamos apostando.”O plano prevêinvestimentos de R$ 1,75 bilhão até 2011. Issosignifica ampliação dos investimentos em pelo menoscinco vezes em relação ao que foi aplicado no períodode 2003 a 2007. Faz parte também do plano a transformaçãoda secretaria em Ministério da Pesca, cujo projeto estáem tramitação no Congresso Nacional. Estáprevista também a criação da Embrapa Aqüiculturae Pesca."Teremos umainstituição respeitada desenvolvendo pesquisa na áreada aqüicultura, coordenando o sistema nacional de pesquisa. Eisso cria condições para a transformaçãoda cadeia produtiva do pescado, da mesma forma que o Brasiltransformou a cadeia produtiva da carne bovina, suína e defrangos, que hoje são altamente competitivas em nívelinternacional.”Na entrevista, Gregolinmostrou-se seguro de que, em breve, o Brasil será um grandeexportador de pescado. Os embarques deverão passar de 1 milhãode toneladas para, pelo menos, 20 milhões de toneladas depescado exportado. “Isso colocará o Brasil, nas próximasdécadas, entre os maiores produtores mundiais de pescado, aolado da China, do Peru, do Chile”, disse ele. Para tanto, disse o ministro, será preciso aumentar a captura de espéciesque vivem em águas profundas, como o atum, e o cultivo daprodução aqüícola, da maricultura e dapiscicultura continental e marinha, “onde o Brasil temmais potencial”.