Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil importa mais de 60% dos produtos utilizados nafabricação de adubos – fósforo, nitrogenados epotássio. Para transformar o tema numa agenda comum entre países da América do Sul, que enfrentam o mesmo problema, ministros e titulares da Agricultura estão emMontevidéu, no Uruguai, participando da 15ªReunião Ordinária do Conselho Agropecuário doSul (CAS). No último encontro,os titulares da Agricultura de Brasil, Argentina, Bolívia,Chile, Paraguai e Uruguai se comprometeram a escolher especialistaspara elaborar uma plano comum para a auto-suficiência na produção de fertilizantes naregião.Segundoo ministro da Agricultura brasileiro, Reinhold Stephanes, alguns países integrantes do CAS têmcondições de ampliar significativamente a produçãode adubo. É o caso da Argentina, que pode aumentar aexploração de potássio, do qual o Brasil édependente de importações em cerca de 90%. Entre os maiores produtores de grãos mundiais, somos considerados os mais dependentes. "Entreos grandes produtores agrícolas do mundo, o Brasil é oque está mais dependente da importação deadubos, longe do segundo lugar. Normalmente, os grandes paísesprodutores são auto-suficientes ou têm uma dependênciade 10% a 20%. O Brasil tem uma dependência extremamenteelevada", disse Stephanes, em agosto, quando os preçosdos fertilizantes representavam o maior impacto no aumento do custode produção dos agricultores, que se preparavam para o plantio.A intenção do Ministério da Agricultura é lançar até o fim deste ano um plano paraestimular o aumento da produção nacional defertilizantes. “Vamos lançar um programa para ver se noprazo de cinco a dez anos o país consegue uma autonomia maior,já que hoje somos altamente dependentes da importaçãodesses insumos básicos”, afirmou o ministro no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário2008/2009, no mês de julho. Algumas encontros para tratar do assunto já foram realizadas envolvendo o Ministérioda Agricultura, empresas de adubo e parlamentares.Nareunião que encerra amanhã (5), em Montevidéu,também será discutido o impacto da crise mundial nosetor agropecuário dos países sul-americanos. Odesenvolvimento sustentável e estímulos para aagricultura familiar num ambiente de aumento da produção serão outros temas em debate.