Custo de vida em São Paulo aumenta 0,53% em novembro

03/12/2008 - 16h26

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O custo de vida na capital paulista aumentou 0,53% em novembro, ficando 0,1 ponto percentual acima da taxa de outubro, que foi de 0,43%. Segundo pesquisa divulgada hoje (3) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no acumulado do ano, a inflação foi de 6,01%. Nos últimos 12 meses, o Índice do Custo de Vida (ICV) acumula alta de 7,16%. Entre os grupos que contribuíram para a alta de novembro, alimentação foi o principal, com aumento de 0,76%, seguido de saúde (1,20%), transporte (0,31%) e habitação (0,27%).A coordenadora da pesquisa, Cornélia Nogueira Porto, disse que os alimentos continuaram a subir depois de duas quedas seguidas nos meses de agosto e setembro e de uma retomada de altas em outubro. “Entre os alimentos que subiram estão as frutas e a carne, além de alguns produtos industrializados, que são influenciados pelo dólar”. De acordo com a economista, os alimentos devem deixar de subir nos próximos meses.Cornélia explicou que o grupo saúde prejudicou principalmente a população de renda mais alta, já que os aumentos ocorreram nos seguros e convênios médicos (1,81%). No grupo nabitação, os aluguéis (1,18%), que aumentaram em função das expectativas inflacionárias por conta de possíveis efeitos da crise econômica internacional, foram os responsáveis pela alta.A economista disse que a expectativa é encerrar o ano com o ICV-Dieese em 6,60%, taxa mais elevada que a do ano passado, que foi de 4,80%. Segundo ela, isso não deve ser prejudicial, nem chamado de inflação ou de descontrole. “A inflação está sob controle. Os produtos que aumentaram em 2008 foram os alimentos, e esses aumentos têm origem na alta dos commodities e agora estão caindo”. Cornélia afirmou que o ICV não teve qualquer influência da crise internacional, cujos efeitos devem começar a ser sentidos apenas no início do ano que vem. “Claro que a crise envolve muito mais do que inflação, mas vamos ver como as coisas se desenrolam. Existe toda uma expectativa sobre o novo presidente [dos Estados Unidos, Barack Obama, que tomará posse no dia 20 de janeiro]”, finalizou.