Arenavírus pode ter causado morte de engenheiro sul-africano, suspeita ministério

03/12/2008 - 9h22

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde,está investigando a suspeita de que o engenheiro sul-africanoWilliam Charles, 53 anos, tenha morrido em conseqüência defebre hemorrágica causada pelo arenavírus, comum naÁfrica e transmitido por fezes e urina de roedores oupacientes infectados. Ele morreu na manhã de ontem (2), naCasa de Saúde São José, na zona sul do Rio deJaneiro. Charles estava noBrasil desde 25 de novembro para fazer palestras.. No sábado(29), o engenheiro passou mal e foi internado com quadro clínicode febre, vômito, sangue na urina, aumento do fígado epequenas erupções na pele. Segundo a Casa de SaúdeSão José, ele ficou em isolamento durante o períodode internação. O corpo permanece em uma áreaisolada do hospital, que aguarda orientação doMinistério da Saúde. Os técnicos daFiocruz já descartaram as hipóteses de que a morte deCharles tenha sido provocada pelo vírus ebola, denguehemorrágica, marburg, leptospirose, hantavirose ou hepatite.Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que aprincipal suspeita é que o engenheiro foi vítima decontaminação pelo arenavírus. De acordo com oministério, não há relatos de contágionas pessoas que estiveram em contato com Charles. Ainda segundo anota, os profissionais de saúde que cuidaram o engenheiroestão sendo acompanhadas pelasautoridades sanitárias. O ministério esclareceu tambémnão é recomendada quarentena para quem tiver comsuspeita do vírus, porque o contágio ocorre apenas apóso aparecimento dos sintomas. O período de encubaçãodo arenavírus varia de sete a 16 dias.O Consulado da Áfricado Sul, em São Paulo, informou na manhã de hoje (3) queainda não recebeu o passaporte de Charles. Por isso, preferiunão confirmar a nacionalidade do engenheiro.