CVM fará parceria com Ministério da Educação para levar educação financeira às escolas

02/12/2008 - 18h42

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de janeiro - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda que fiscaliza o mercado de capitais, está desenvolvendo em conjunto com o Ministério da Educação (MEC) um projeto de educação financeira nas escolas públicas para implementação em 2009.A informação foi dada hoje (2) pelo superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM, José Alexandre Cavalcanti Vasco. A expectativa é que, até março, pelo menos dois mil estudantes de escolas municipais e estaduais recebam os primeiros materiais didáticos elaborados pela CVM e o Banco Central, com contribuições do mercado.Segundo Vasco,  o objetivo da campanha é investir na cultura de mercado entre as futuras gerações. A CVM tem um programa de educação de investidores desde 2006, em parceria com a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). Graças ao programa, as reclamações e consultas recebidas pela CVM da parte de investidores têm sido cada vez mais complexas. “Elas questionam detalhes da legislação que nos exigem um maior esforço para analisar e responder”.Vasco revelou que, nas duas primeiras semanas da crise internacional e seus  reflexos na Bolsa de Valores, a CVM recebeu 100 reclamações sobre o comportamento de determinadas ações ou questionamentos relativos a negociações em Bolsa. Os casos estão sendo examinados  pelos técnicos do órgão. O superintendente salientou, contudo,  que essas reclamações não podem ser consideradas um volume relevante tendo em conta o universo de cerca de 500 mil  investidores no mercado brasileiro.O superintendente da CVM informou que o sistema de consultas e orientação a investidores permite à CVM fazer um diagnóstico rápido dos principais problemas do mercado. A média anual de atendimento oscila entre 80 mil a 100 mil atendimentos a investidores. Segundo ele, há um amadurecimento das questões levadas à CVM, “o que reflete que os investidores que estão no mercado vão adquirindo consciência de seus direitos e demandam mais do órgão regulador”.