Fazendeiro volta a negar que é dono de terras no sudeste do Pará

19/11/2008 - 17h26

Ivan Richard
Enviado Especial
Altamira (PA) - Ofazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, também conhecidocomo Taradão, voltou a negar hoje (19) à PolíciaFederal que seja proprietário do lote 55, na zona rural domunicípio de Anapu, sudeste paraense. Após mais dequatro horas de depoimento, ele saiu pela porta dos fundos paraevitar a imprensa.

Deacordo com o procurador da República em Altamira, Alan RogérioMansur Silva, que acompanhou o depoimento, o fazendeiro, acusado deser um dos mandantes do assassinato da missionária americanaDorothy Stang, negou envolvimento com a venda do lote 55.

"ORegivaldo apresentou sua versão dos fatos e agora vamos ouviras outras testemunhas. Ele disse que não assinou a ata doIncra [Instituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária] porque o documento não retratava areunião", disse o representante do MinistérioPúblico Federal.

Regivaldofoi ouvido pela delegada Daniela Soares de Araújo, responsávelpelo inquérito que investiga informações de umaata do Incra sobre reunião realizada no dia 28 de outubro,entre agricultores, assentados, representes do órgão eo próprio Regivaldo.

Segundoa ata, o fazendeiro afirmou ter documentos que comprovam que ele éo proprietário do lote 55, na zona rural do municípiode Anapu (PA), onde Dorothy Stang foi assassinada, em 2005. Eletambém teria proposto ceder 2,5 mil hectares para osagricultores que vivem no lote em troca de uma área de 500hectares de pasto.

Oprocurador evitou relacionar o inquérito que apura averacidade da ata com o processo do assassinato da religiosaamericana. Mansur adiantou que, ao final das investigações,o laudo policial poderá ser usado no andamento do casoDorothy.