Série mostra que 300 anos após morte de Zumbi situação de negros continua desfavorável

17/11/2008 - 16h29

Da Agência Brasil

Brasília - Os negros representam, atualmente, 49,5% da população brasileira. Levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) mostram que a condição do negro, apesar de alguns avanços, continua desfavorável em relação à da população branca. Em indicadores como acesso ao ensino superior entre pessoas de18 a 24 anos, a população preta e parda não havia atingido, em 2006, opatamar já alcançado pelos brancos em 1995. Na área de trabalho, por exemplo, estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que, em 2006, o rendimento médio mensal dos homens brancos equivalia a R$ 1.164. Esse valor, no mesmo ano, era 98,5% superior ao recebido pelos homens pretos e pardos (R$ 586,26) e 200% maior do que o obtido pelas mulheres pretas e pardas.Especialistas afirmam que essesdados são apenas exemplos das dificuldades que os negros enfrentam emsituações cotidianas marcadas pela falta de oportunidades,discriminação e desrepeito.Em homenagem ao principal ícone da luta contra a escravidão no país,Zumbi dos Palmares, na próxima quinta-feira (20) será cebrado o Dia daConsciência Negra. O líder foi assassinado no dia 20 de novembro de1695.A partir de hoje (17), a Agência Brasil veicula uma série de reportagens sobre saúde, educação, mercado de trabalho, religião e outros temas relacionados à população negra brasileira. As reportagens que abrem a série abordam as dificuldades paraimplementação da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino dahistória e cultura afro-brasileira nas escolas públicas e particularesde ensino fundamental e médio, e os debates sobre a eficácia dapolítica de cotas para negros nas universidades.