Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A competitividade do etanol com a gasolina tem levado gradativamente ao aumento do consumo nacional.Hoje, o álcool combustível já representa quasemetade do mercado nacional.Na avaliação do escritor do livro, oprofessor Luiz Augusto Horta Nogueira da Universidade Federal deItajubá (Unifei), o bioetanol da cana, produzido nas condiçõesbrasileiras, é competitivo com o petróleo até afaixa de US$ 50 o barril, abaixo, portanto, dos níveis atuais,que oscilam em torno dos US$ 60 o barril.“É tranqüilizador para o produtorbrasileiro saber que [dispõe de] um produto realmenteeficiente em sua base de produção e temcompetitividade. Ninguém tem dúvida de que, pode atéser com certo atraso, a Índia e a China vão passar porum processo de motorização importante. A relaçãoentre o número de automóveis por pessoa no mundo éda ordem de um para dez e na Índia e na China é deapenas um para cem”.“Então eles têm um parqueautomotivo para expandir ainda de uma forma impressionante e istoterá impacto direto no mercado do petróleo. Eu nãotenho dúvidas de que o mercado de petróleo é ummercado que vislumbra a necessidade premente de encontrar formas detranscender para fontes mais sustentáveis economicamente e éaí que entra o nosso etanol”, acredita.Horta Nogueira também ressalta os aspectosambientais da produção brasileira, como o fato de ocultivo da cana não implica desmatamento, já que aexpansão da lavoura vem ocorrendo basicamente em áreasantes ocupadas por pastagens de baixa produtividade ou culturasdestinadas a exportação, como a soja.Segundo o professor, o uso do etanol da canapermite reduzir em 89% as emissões de gases de efeito estufa,o que também é uma vantagem.O uso do milho como matéria-prima permite aredução de até 38% na emissão de gases doefeito estufa; o do trigo, de 19% a 47%; o da beterraba, de 35% a56%; e o da mandioca, em 63%.“São significativas as perspectivas queainda existem de aperfeiçoamento desse setor, com ganho deprodutividade seja na área agrícola seja industrial, osempregos apresentam bons indicadores de qualidade e ainda com acrescente mecanização, a demanda de mão-de-obrapermanece a mais elevada no setor energético”, afirma. Ele lembra também que, nas condiçõesatuais, para cada milhão de metros cúbicos de bioetanolde cana-de-açúcar empregado na mistura com gasolina,cerca de 1,9 milhão de toneladas de gás carbônico deixam de ser jogadosna atmosfera.