Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Muita sede, aumento daquantidade de urina, desmaios e crises de hipoglicemia (baixo nívelde glicose no sangue). Esses são alguns dos sinais que podemsignificar o diabetes, uma doença metabólica que podecausar danos irreversíveis aos rins e à visão,além de problemas cardiovasculares.“Não énenhum sintoma alarmante, como uma febre, então àsvezes o diagnóstico passa despercebido”, diz a coordenadoraNacional de Hipertensão e Diabetes do Ministério daSaúde, Rosa Sampaio Vila-Nova de Carvalho.Para conscientizar asociedade da importância de identificar o diabetes no estágioinicial, este ano o Dia Mundial do Diabetes, comemorado hoje (14),vai alertar para o avanço da doença entre criançase adolescentes. “O objetivo é chamar a atençãodo público e de profissionais da saúde. O diabetes é uma doençacrônica, de início insidioso [traiçoeiro]e quando se tem o diagnóstico já é com algumacomplicação”, diz Carvalho.Além disso, acoordenadora lembra que o número de jovens com o diabetes tipo2, que tem maior relação com o fator hereditárioe está ligado à obesidade e ao sedentarismo, tambémtem aumentado. “Antes, o diabetes tipo 2 era típico deadultos com mais de 35 anos. E hoje já está começandoa aparecer em jovens, devido principalmente ao sedentarismo, àobesidade e ao sobrepeso", explicou.Para o ministro daSaúde, José Gomes Temporão, a soluçãopara reduzir os casos de diabetes no país passa pela educaçãoda população, especialmente sobre hábitosalimentares mais saudáveis e a prática regular deexercícios físicos.“O tradicional pratocom salada, arroz, feijão e carne está sendosubstituído por alimentos semi-prontos, biscoitos, salgadinhos.Além disso, a garotada está cada vez mais ligada nainternet, televisão, video-games. Até pelo aumento daviolência urbana, as crianças não brincam mais narua, e isso está criando uma epidemia mundial de obesidade ediabetes”, avaliou Temporão, em entrevista concedida ontem(13) a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia,Ministro, da Rádio Nacional. Acoordenadora explicaque o Ministério da Saúde é responsávelpela compra e distribuição de insulina e que omedicamento, usado para o controle da doença, está disponível em todosos estados. O ministério também repassa recursos para estados emunicípios adquirirem medicamentos orais, utilizados pordiabéticos do 2.Ela alerta que, desde2006, o Brasil tem uma legislação específica paraatendimento integral do diabetes e lembra que não pode haverfalta de medicamentos. “O portador deve ter a consciência deque ele tem o direito de adquirir esses remédios gratuitamenteno posto de saúde. Se não tiver, ele tem que fazer essadenúncia”, diz Carvalho.Atualmente, cerca de7,3 milhões de brasileiros maiores de 18 anos têm odiabetes do tipo 2, segundo o Ministério da Saúde. Aestimativa é de que, até 2025, o número chegue a17,6 milhões, o que levará o Brasil do oitavo parao quarto lugar no ranking mundial da doença.Para marcar o DiaMundial do Diabetes, cerca de 300 monumentos em mais de 25 paísesserão iluminados com a cor azul, que simboliza a doença.No Brasil, serão iluminados oMaracanã, o Cristo Redentor e o Corcovado, no Rio de Janeiro;o Memorial JK e a Torre de TV, em Brasília; aPonte Hercílio Luz, em Florianópolis e o ElevadorLacerda, na Bahia, entre outros.