Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um dos três inquéritos da OperaçãoAvalanche, que investiga o empresário Marcos Valério,ficará a partir de agora sob a responsabilidade da JustiçaFederal em Santos (SP). A determinação é dajuíza federal Paula Mantovani Avelino, que alegou, para atransferência, o fato de que as açõesinvestigadas nesse inquérito ocorreram praticamente todas emSantos, e não em São Paulo. Os outros dois inquéritos, chamados deNúcleo de Extorsão e de Núcleo de Fraude Fiscal,continuarão sendo conduzidos na capital.Em Santos a Justiça vai analisarespecificamente o chamado Núcleo de Espionagem, que eraliderado por Marcos Valério e por seu sócio, RogérioTolentino, que continuam presos na penitenciária de Tremembé,no interior paulista. A intenção de ambos era tentarlivrar a Cervejaria Petrópolis de uma autuação.Para isso, teriam instaurado um inquérito policial em Santos,baseado em informações falsas, contra os dois fiscaisque autuaram a empresa.No Núcleo de Extorsão, o agente daPolícia Federal Francisco Pellicel Júnior, com apoio deEdson Alves da Cruz, utilizava-se de informaçõespassadas pelos empresários Afonso José Penteado Aguiare Roberto Peixoto para fazer “exigências indevidas aempresários da região da Rua 25 de Março, nacapital, ou que tinham atividades voltadas à importaçãoe à exportação pelo Porto de Santos”. Eles se aproximavam dos empresários, contraos quais diziam ter informações sigilosas, que poderiamresultar numa operação da Polícia Federal. Paralivrá-los dessa possível investigação,exigiam dos empresários R$ 2 milhões.Já oNúcleo de Fraude Fiscal eraliderado pelo despachante José Roberto Nascimento,proprietário da empresa Ocean Line, e se destinava àprática de delitos fiscais e de corrupção. Nessenúcleo, o grupo chefiado por Nascimento tentava criarprocedimentos ilícitos de importação e liberaçãode mercadorias, sonegando impostos e subfaturando mercadorias.