Substituição de servidores do Samu por bombeiros provoca protesto no Rio

11/11/2008 - 18h01

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no Rio, iniciaram um movimento contra o que chamam de militarização do setor. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), o estado vai demitir funcionários do Samu e substituí-los por militares do Corpo de Bombeiros concursados. Cerca de 1500 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e motoristas, poderão ser dispensados, segundo a entidade. Profissionais que ocupam postos de nível médio, informa o Sindsprev-RJ,  já receberam cartas de demissão e cumprem o aviso prévio.Os funcionários decidiram hoje (11), em assembléia, realizar uma manifestação na manhã desta quinta (13), no centro do Rio. De lá, eles seguirão em direção à Secretaria de Saúde, onde tentarão negociar com o secretário Sérgio Côrtes. O médico do Samu Edson César Coelho, que integra a comissão de negociação com o estado, alega que a contratação dos bombeiros é inconstitucional.“O governo do estado está substituindo os profissionais civis por bombeiros, mas a atuação de militares nessa área é inconstitucional, segundo o artigo 144, parágrafo 5º da Constituição Federal”, explica o médico.De acordo com Edson, há comunidades dominadas pelo narcotráfico onde ambulâncias com soldados e oficiais são proibidas de entrar, o que pode atrapalhar a prestação dos serviços nessas áreas. A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde informou que os profissionais terceirizados que trabalham no serviço de atendimento de urgência serão, de fato, substituídos pelos bombeiros aprovados em concurso público. O órgão alega que o concurso foi aberto a todos os interessados.