Empresários pedem que governo corte gastos durante a crise

11/11/2008 - 20h34

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Executivos deimportantes empresas nacionais reunidos hoje (11) em encontropromovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, recomendaramque o governo faça adequações em suas contas aos tempos de crise e cortegastos, principalmente com o funcionalismo. Segundo eles, estados,municípios e a Federação deveriam seguir oexemplo de corporações, que estão fazendopoupança para enfrentar mais bem preparados uma possívelrecessão econômica mundial.“As empresas estãose ajustando, cortando despesas, hora-extra, contratação.É importante que o governo também se adeqüe àrealidade”, afirmou o presidente do Conselho do Grupo Gerdau, JorgeGerdau, um dos palestrantes do evento. “O Brasil tem um problema degestão enorme.”Para ele, o governo ageinternamente como se o mundo não estivesse passando por umacrise e comete erros, como o de conceder aumentos afuncionários públicos baseados em índices,segundo ele, “fora da nova realidade”.O presidente da Nestléno Brasil, Ivan Zurita, ratificou a opinião de Gerdau eressaltou a importância da rapidez na tomada de decisões.“Crise requer decisões rápidas, não sóde empresas como do governo”, disse. “Acho que deveríamospassar por um aperto das contas tanto no governo quanto nasempresas.”O mesmo acerto nascontas foi defendido também pelo ex-ministro e atualvice-presidente do Grupo RBS, Pedro Parente. Contudo, ele fez umaressalva e disse que os cortes poderiam colaborar para adesaceleração da economia do país. “Quandotodos cortam gastos acabam ajudando para o aumento da retraçãoque pode chegar aqui.”Em discurso, o senadorAloizio Mercadante (PT) também chamou a atençãodos empresários para essa possibilidade. Ele disse que ogoverno deve, sim, evitar aumentar seus gastos fixos, como os com afolha de pagamento, mas afirmou que ele não pode deixar deinvestir. "O paístem que ter uma política anticíclica”, disse o parlamentar,apontando para a importância da manutenção dasobras previstas no Programa de Aceleração doCrescimento (PAC).O senador disse aindaque a crise é uma boa oportunidade de fazer mudançasnos rumos do Brasil e afirmou que elas poderiam começar pelareforma tributária e trabalhista, cujos projetos no Congresso.