Brasil pode se consolidar como líder na política de combustíveis, avalia entidade

11/11/2008 - 17h31

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ocrescente interesse mundial pelo uso de biocombustíveis, sejapor pressões ambientais, pela segurança energéticaou para gerar renda no setor agrícola, aliado àperspectiva de crescimento da frota de automóveis nos paísesem desenvolvimento, são oportunidades para o mercado do etanolbrasileiro. A avaliação é do diretor-executivoda União da Indústria de Cana-de-Açúcar(Unica), Eduardo Leão de Sousa. “Ocenário econômico mundial oferece uma oportunidade ímparpara o país se consolidar como um líder global napolítica de combustíveis”, disse Souza ao participarhoje (11) de um evento do Tribunal de Contas da União sobre amatriz energética brasileira. Odiretor da entidade lembrou que há perspectivas de exportaçõesdo etanol brasileiro, tanto para os Estados Unidos como para a UniãoEuropéia. Segundo ele, a revisão das barreirastarifárias impostas pelos norte-americanos já começoua ser discutida e a União Européia já pensa emestabelecer proporções de biocombustíveis aserem misturados no combustível vendido aos consumidores. Souzadestacou a necessidade de um planejamento estratégico damatriz brasileira de combustíveis, com uma clara diretrizsobre a participação do etanol. “Este é ummomento extremamente importante para evitarmos políticas quenão sinalizam claramente como o governo enxerga sua matriz nospróximos anos”, afirmou. Paraele, a política de combustíveis do país deveatender às expectativas dos diversos agentes diretamenteenvolvidos, como produtores, montadoras de veículos econsumidores. “Esse é o grande desafio que deve serenfrentado o mais cedo possível para assegurarmos uma matrizenergética mais diversificada , com menor dependência dopetróleo e crescente participação derenováveis”, avaliou.Para osuperintendente de planejamento e pesquisa da Agência Nacionaldo Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis(ANP), Florisval Rodrigues de Carvalho, que também participoudo encontro, o principal desafio do setor energético é definir as fontesde financiamento da exploração do petróleo dacamada pré-sal, diante do cenário econômicoatual. Ele também lembrou que há limitaçõestécnicas para a perfuração dos poços jáencontrados, além de dúvidas quanto à existênciade hidrocarbonetos em condições de alta pressãoe temperatura.