Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MiguelJorge, disse hoje (7) que o pior momento da crise econômicamundial já passou, mas ressaltou que as economias mundiaisainda devam sofrer mais algum tempo com os efeitos do “olho dofuracão”.“Tem uma coisa chamada olho do furacãoque fez os maiores estragos. No meu entendimento, o olho do furacãojá passou”, afirmou Miguel Jorge, alertando que os efeitoscontinuarão. “São os efeitos da crise, que perdurarãodurante algum tempo. Certamente aquela neurose, aquela esquizofreniados mercados já passou”, enfatizou o ministro, depois departicipar do lançamento do Programa Brasileiro de EtiquetagemVeicular, no Salão do Automóvel, em São Paulo.Segundo o ministro, os efeitos da crise foramsentidos no Brasil, principalmente com a redução navenda dos automóveis, na redução do créditoe da liquidez e na diminuição das operaçõesinterbancárias. Mas agora, de acordo com ele, essa situaçãocomeçou a mudar. “Hoje já há operaçõesinterbancárias e o processo do crédito começou avoltar.”O presidente da Associação Nacionalde Veículos Automotores (Anfavea) , Jackson Schneider,concorda com o ministro: “Acho que o olho do furacão, dacrise, principalmente no mercado internacional, foi embora. Temosagora que olhar e ver quais são os efeitos desse olho dofuracão em vários mercados, não só noBrasil.”Para Schneider, a expectativa agora épositiva, principalmente após as medidas anunciadas pelogoverno para conter a crise econômica no Brasil. “Tivemos umarestrição de crédito importante no últimomês, mas achamos que, com essas últimas medidasanunciadas pelo governo, a restrição de créditopode ser superada. Temos uma expectativa otimista em relaçãoaos próximos meses”.“A indústria automotiva hoje representaquase 24% do produto industrial bruto. Quase um quarto do que seproduz na indústria, se produz dentro da cadeia automotiva.Nós puxamos fortemente a indústria brasileira e,portanto, é fundamental que essa indústria nãoseja afetada com uma queda abrupta de vendas”, afirmou o executivo.Ele acredita que a indústria automotiva continue crescendo em2009, embora em ritmo menor que o deste ano.Entre as medidas tomadas para conter a criseeconômica está a liberação de R$ 4 bilhõesdo Banco do Brasil para os bancos das montadoras financiarem a vendade automóveis. Miguel Jorge observou que tais medidas sãoimportantes e farão com que o processo de manutençãodo crédito para o setor "volte ao normal paulatinamente"."Os R$ 4 bilhões que sãodirigidos aos bancos das montadoras para bancar as vendas serãoimportantes. Eles podem evitar uma queda mais brusca, que ainda nãoocorreu, mas que pode ocorrer. É uma medida preventiva",disse o ministro.