Eleição de Obama deve facilitar vendas de etanol aos Estados Unidos, diz Lobão

06/11/2008 - 14h22

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro de Minas eEnergia, Edison Lobão, afirmou hoje (6) esperar que a eleiçãodo senador democrata Barack Obama para a Presidência dosEstados Unidos facilite os acordos de comercializaçãodo etanol com aquele país, já que no governo de GeorgeW. Bush as negociações tem sido difíceis. “Até aquitem havido certa dificuldade na exportação do etanolpara os Estados Unidos, e espero que, com a eleiçãodele [Obama}, alguma coisa se modifique, mas o adversárioJohn McCain [senador republicano] também poderiafazer. O fato é que neste governo temos dificuldades, e tomaraque sejam resolvidas”, disse o ministro em entrevista, depois departicipar da abertura do Seminário Energia em Ação,na capital paulista.Lobão afirmou que a crise econômicaglobal não atrapalha os projetos de exploraçãodo pré-sal e que as discussões sobre os rumos do setorcontinuam em andamento. Segundo ele, a conclusão, atéao momento, é que é preciso ter cautela com a questãolegal, ou seja, como fazer as alterações nos marcosregulatórios.“Já fizemos alguns estudos nesse sentidoe alguns pareceres que nos foram levados pela própriaPetrobras deixam algumas dúvidas de natureza legal sobredeterminados modelos. Daí a decisão de atrasar um poucoa decisão, que não é tão urgente”,acrescentou.O ministro disse que é preciso ter cuidadocom a segurança da decisão e ressaltou que, para isso,o governo reuniu um grupo de juristas que está avaliando todosos aspectos. Assim que houver uma conclusão, uma novareunião interministerial deve ser realizada para chegar aalguma conclusão sobre os modelos que serão levadoscomo opções ao presidente da República LuizInácio Lula da Silva, informou Lobão. “Acredito queantes do final do mês tenhamos uma definição”.Lobão destacou que a queda dos preçosdo barril do petróleo, decorrente da crise econômicaglobal, não deve afetar as explorações dopré-sal, que será extraído daqui a pelo menosseis anos. “Esperamos que essa crise seja debelada daquia pouco. Ela não pode durar tanto tempo. Os paísesprodutores estão tomando providências para reduzir suaprodução e elevar o preço para ficar maisconfortável o preço internacional.".O ministro disse que não faltarãorecursos para a exploração do pré-sal e que hádiversos investidores interessados em vir para o Brasil porque o paísé um campo de segurança com investimento firme eretorno garantido, além da democracia forte e do respeito àforça dos contratos. “Não há problema deinvestimento no Brasil. E, se a Petrobras eventualmente precisar de umaporte de recursos, ela pagará e, em seguida, o governo fará.A Petrobras é a maior empresa brasileira." Ele garantiu que o corte no Orçamentoanunciado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não atingirá oMinistério de Minas e Energia, porque a pasta detémmais de 50% dos projetos do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC). “Há uma decisão da Presidênciada República de manter íntegros esses programas todos.Portanto, não haverá nenhum corte nesse setor.”