Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em sustentaçãooral proferida em tom de voz elevado, praticamente aos gritos, oadvogado do banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Oppoturnity, NélioMachado, fez hoje no plenário do Supremo Tribunal Federal(STF) críticas veementes ao delegado da Polícia FederalProtógenes Queiroz, ao Ministério PúblicoFederal (MPF) e ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara CriminalFederal de São Paulo, responsáveis pela prisãode Dantas em julho, no curso da Operação Satiagraha, daPolícia Federal. Os ministros do STFanalisam neste momento o mérito do habeas corpusajuizado pela defesa do banqueiro contra a prisão preventiva,revogada à época por duas liminares concedidas pelopresidente do STF, ministro Gilmar Mendes. Segundo Machado, váriosepisódios da investigação foram noticiados pelaimprensa antes de chegarem aos advogados e as autoridades teriamdemonstrado despreparo na condução do inquérito. “Doutor Fausto [DeSanctis] tem apaixonamento pela causa, não tem isençãonem equilíbrio”, criticou Machado, ao ressaltar que omagistrado viu uma “conexão delirante” entre ainvestigação e uma suposta organizaçãocriminosa e afrontou decisões do Supremo. O advogado de Dantas sereferiu ao delegado Protógenes, afastado do caso após aprisão do banqueiro, como um “famigerado” que teriacolocado indevidamente a Agência Brasileira de Inteligência(Abin) nas investigações.Ao defender aconfirmação do habeas corpus,concedido em caráter liminar, Machado definiu as pendênciasjudiciais de seu cliente como uma “luta da força do direitocontra a força de um estado policial que se tenta implantar nopaís”.