Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As perspectivas paracrédito nos países latino-americanos são boas,apesar da crise financeira internacional. A avaliação édo presidente da Associação Brasileira de InstituiçõesFinanceiras de Desenvolvimento (ABDE), Pedro Falabella. Ele participana sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socialdo 4º Encontro de Instituições de Créditode Entidades Especializadas em Médio e Longo Prazos da AméricaLatina e Europa. Pedro Falabella estimaque em 60 dias ficarão mais claros os efeitos da crisefinanceira mundial sobre o crédito na América Latina eno Brasil. Ele advertiu, entretanto, que cada país e seusbancos de desenvolvimento terão de montar estratégiasespecíficas para garantir a promoção deinvestimentos e negócios internos.Essa estratégia,segundo Falabella, vai ser focada numa exigência maior degarantias, com uma segurança maior de que os recursos voltarãoàs instituições. “Tem que observar normas deprudência bancária com muito maior grandeza”, disse. “Temos que serotimistas e passar para os nossos futuros clientes a idéia deque essa crise é uma coisa que vai passar. Pior será senós restringirmos o crédito. Pior será para opaís”, afirmou ao comentar que os bancos de desenvolvimentotêm outras obrigações com o desenvolvimentosocial do que as demais instituições do sistemafinanceiro.Mesmo com a crise,Falabella acredita que o momento é de investir pesado emprojetos de inclusão social. “A responsabilidade agora temque ser nossa, dos bancos de fomento, das instituiçõesque fazem o desenvolvimento. Nós não podemos ser iguaisaos bancos comerciais que, quando abrem os olhos, só aparecemcifrões na frente”, afirmou.É preciso,segundo Falabella, buscar a inclusão social e nãoapenas o lucro. “Senão, nós não seremos bancosdiferenciados dos outros”. Falabella admitiu queem conseqüência dos juros mais altos e prazos mais curtos,poderá ocorrer uma freada no crescimento dos países daAmérica Latina. As empresas terão de rever seuplanejamento estratégico. O dirigente defendeuque a principal preocupação dos bancos dedesenvolvimento brasileiros deve ser o atendimento às micro,pequenas e médias empresas, “que são dependentes derecursos de financiamento". Ele ressaltou que essasempresas têm que continuar sendo estimuladas. “Nós nãopodemos fazer com que elas sofram uma retração decrédito ou coisa parecida”, disse. “Assim como se pensaem socorrer os grandes bancos e as grandes empresas, temos que pensartambém em ajudar e colocar meios à disposiçãodas micro, pequenas e médias empresas”, defendeu. SegundoFalabella, estimular as pequenas empresas é fundamental em umpaís como o Brasil, que tem um universo de 90% de empresas demicro, pequeno e médio portes.