Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Opresidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje (5) que o Brasil deverácrescer em média 5% nos próximos quatro anos. Segundoele, o país está longe de passar por uma recessão.“Devemoslembrar que a taxa de crescimento da formação decapital estava em torno de 15,5% e 16% e que, se isso cair para 11%ou até para 8%, ainda é muito forte. O investimento éfirme e continuará, apenas será numa velocidade umpouco mais baixa”, disse Coutinho, durante palestrasobre moda, no Rio de Janeiro. Para ele, é importante que asgrandes economias em desenvolvimento, como as da Rússia e daÍndia, puxem o barco e que os organismos multilaterais decrédito tomem uma postura mais generosa com as economias emdesenvolvimento, como a do Brasil. Coutinho descartou o Fundo MonetárioInternacional (FMI), mas mencionou uma futura ajuda ao Brasil porparte do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento,da KFW (Banco de Desenvolvimento da Alemanha), e do JBIC (BancoJaponês para Cooperação Internacional). “Mas[precisamos] fundamentalmente do apoio do Tesouro brasileiro,que tem nos ajudado, e muito."De acordo com o presidente do BNDES,a crise financeira internacional não teve praticamente nenhumefeito na taxa de crescimento do segmento de infra-estrutura. Segundoele, os projetos da instituição na área deinfra-estrutura deverão se manter na faixa dos R$ 300 bilhões,no período de 2009 até 2012.Nos demais setores, disse Coutinho, oBNDES ainda está avaliando as áreas que podem serafetadas pela queda do comércio internacional, principalmenteos setores exportadores, por causa da queda de preços e dacontração dos mercados desenvolvidos nos próximosdois anos.Coutinho afirmou que, na indústria,a taxa de crescimento de alguns segmentos pode ser afetada, masressaltou que não há motivo para preocupações,pois, para ele, o país não corre risco de recessão.