Sindicato diz que há risco de demissões em Manaus e pensa em alternativas

04/11/2008 - 4h29

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Preocupados com a possibilidade de demissões no Pólo Industrial deManaus (PIM) por causa da crise financeira internacional,  osdirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas começam a pensarem alternativas que possam auxiliar empresários e trabalhadores. Ementrevista à Agência Brasil, o secretário de Comunicação e Imprensa da instituição, Sidney Malaquias, informou que, na semana passada, osindicato procurou o governador do estado, Eduardo Braga, paraapresentar uma proposta nesse sentido e pedir apoio. Segundo Malaquias, se confirmada alguma decisão empresarial sobredemissões, a proposta sindical é de suspensão temporária doscontratos de trabalho - conforme a necessidade da empresa – e oingresso imediato dos trabalhadores em algum curso de qualificaçãoprofissional oferecido com o apoio do sindicato e do governo estadual."Há riscos de demissões e por isso já estamos com uma proposta.Queremos sair na frente e mostrar para os empresários que podemos nãosó ajudar os trabalhadores, mas também a eles. Nesse período, otrabalhador poderá fazer algum curso de qualificação profissional ereceber o seguro-desemprego", declarou.O sindicalista acrescentou que os trabalhadores do PIM, sobretudoos que atuam no setor de duas rodas e eletroeletrônicos (segmentos quemais empregam no pólo), estão preocupados com os reflexos negativos dacrise mundial na economia brasileira e na produção das indústrias instaladas em Manaus. "Ainda não sabemos quanto tempo essa crise vai durar e nem quantotempo os efeitos dela poderão permanecer entre as indústriasbrasileiras. Os trabalhadores têm se mostrado preocupados com aspossibilidades de demissões. Estamos pedindo às empresas que tenhamcautela antes de mandar qualquer pessoa embora. A empresa terá que tercuidado e garantir que os selecionados tenham mais de seis meses detrabalho para poder receber o seguro-desemprego", completou.Sidney Malaquias informou ainda que os 12 mil trabalhadores – de 18empresas do pólo - que tiveram férias coletivas entre os dias 20 e 31de outubro já voltaram a trabalhar normalmente. O período de fériasparciais de fim de ano estava anteriormente previsto paradezembro, mas foi antecipado pelas empresas sob a justificativa de queseria necessário desacelerar a produção por causa da diminuição noíndice de vendas ao consumidor. Somente os segmentos de duas rodas eos metalúrgico anteciparam as férias coletivas no parque fabril da capitalamazonense.Apesar da preocupação do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, opresidente do Sindicato das Indústrias dos Aparelhos Elétricos,Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaaes), Wilson Périco, ressaltouque neste momento nenhuma empresa do PIM está afetada pela crisemundial. Ainda assim, disse que é preciso manter estado de alerta ede atenção diante das possibilidades negativas que podem chegar ao parquefabril em função do momento econômico mundial. Ele se mostrou otimistaquanto às alternativas apresentadas pelas autoridades monetáriasinternacionais e considerou que, nesse cenário, o Brasil se posicionaem uma situação mais confortável pela estabilidade de sua economia naatualidade."Por enquanto, nenhuma empresa do PIM foi afetada pela crise mundial.Mas também não dá para dizer que isso não possa acontecer. Poderá haveruma readequação da produção, mas isso vai depender da situação e tambémde cada segmento e linha de produção. Se prestarmos atenção namovimentação do mercado, já vamos perceber melhorias no cenárioeconômico", concluiu Périco.