Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo federal deveanunciar, nos próximos dias, medidas de apoio à comercialização deleite. Segundo o diretor de Geraçãode Renda e Agregação de Valor do Ministério doDesenvolvimento Agrário (MDA), Arnoldo de Campos, anegociação, já avançada, visa à liberaçãode cerca de R$ 200 milhões por meio de leilões deContratos Privados de Opção de Venda (Prop).Os produtores de leitevêm enfrentando dificuldades porque a produção nacionalaumentou muito e houve queda da demanda. O assessor técnico daComissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Marcelo CostaMartins, disse que o leite e seus derivados são os primeirosprodutos a serem cortados quando o trabalhador se encontra emdificuldade. Como o preço da cesta básica vemaumentando mais que o poder de compra, o consumo de leite estádiminuindo.Para assegurar umarenda mínima ao produtor, seria necessário que elerecebesse pelo menos R$ 0,60 por litro, afirmou Martins em audiênciapública realizada hoje (4) na Câmara dos Deputados paratratar da crise do setor de lácteos. O deputado AdãoPretto (PT-RS) reclamou, no entanto, que o produtor estárecebendo, em algumas regiões do país, bem menos queisso.“O produtor estavavendendo o litro por até R$ 1 e agora tem região que estápagando R$ 0,25. O consumidor, que estava pagando entre R$ 1,30 a R$1,50 pelo leite na embalagem de caixinha, continua pagando o mesmopreço. Não baixou um centavo para o consumidor. Então,para onde está indo isso?”, comentou.A produçãonacional de leite, segundo Arnoldo Campos, é deaproximadamente 30 bilhões de litros. Destes, cerca de 28bilhões são consumidos internamente, 1 bilhãosão exportados (depois de transformados em leite em pó)e o restante, mais 1 bilhão de litros, são o excedente,responsáveis pela atual crise no setor, que causa dor decabeça a produtores e ao governo. Apesar da sinalização de que o governo vai liberar R$ 200 milhões para operações de Prop, o deputado MoacirMicheletto (PMDB-PR) disse que o setor precisa de mais recursos para apoiar acomercialização. “O governo federal poderiaimplementar os mecanismos de apoio à comercialização,como os Contratos Privados de Opção de Venda (Prop),Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), além dosEmpréstimos do Governo Federal (EGF) e Aquisiçãodo Governo Federal (AGF), para salvar um setor típico daagricultura familiar que gera emprego, renda e divisas para o país”,afirmou.O deputado se reúneesta noite com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e pediráa liberação imediata de R$ 500 milhões para acomercialização do produto na forma de Empréstimosdo Governo Federal (EGF). O diretor do MDA, Arnoldo de campos, disse,durante a audiência da Câmara dos Deputados, que “éum momento bastante preocupante e não se tem noçãode quanto tempo vão durar essas projeções dequeda”.