Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As instituiçõesde desenvolvimento de grande porte devem adotar uma postura maisagressiva na concessão de créditos “para que aAmérica Latina sofra menos” com os impactos da crisefinanceira mundial. A afirmação foi feita hoje (4) pelopresidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), Luciano Coutinho.Ao participar do 4ºEncontro de Entidades de Crédito Especializadas em Médioe Longo Prazos da América Latina e Europa, Coutinho disseque é hora de “apresentar iniciativas concretas decooperação entre as naçõeslatino-americanas. Segundo ele, o período de recessão,de crescimento baixo e concessão restrita de créditopede “maior responsabilidade social, incremento do comérciobirregional e maior investimento nas pequenas empresas”.Coutinhoressaltou, porém, que não está prevista no BNDESa criação de linha de capital de giro para as empresas,pois espera-se que o setor privado reative o crédito, uma vezque não há motivo para os bancos brasileiros deixaremde fazer empréstimos, como ocorre hoje em outros países. “Nossos bancos não têm os níveis dealavancagem que os bancos no exterior têm. Logo, nossos bancospodem e devem voltar a emprestar.”Por causa da crise, aprevisão do BNDES, que era de fechar 2008 com desembolsos deUS$ 85 bilhões deve aumentar. Coutinho disse, entretanto, queainda não sabe de quanto será o aumento. Ele tambémmanifestou preocupação com o primeiro trimestre de2009, no qual, segundo ele, deverão ser sentidos os efeitosmais graves da crise. “A resposta do Brasil deve ser enérgicanesse período.”