Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Banco Central realizará,amanhã (5), o primeiro leilão de moeda estrangeira,destinado exclusivamente ao financiamento de Adiantamentos sobreContratos de Câmbio (ACC) e de Adiantamento sobre CambiaisEntregues (ACE). O anúncio foifeito pelo presidente do BC, Henrique Meirelles. Segundo ele, “aintenção é contribuir para regularizar ofinanciamento das exportações, restringido pelosproblemas de liquidez do mercado”. O BC já dispõede uma linha de crédito para o setor, atrelada a títulossoberanos (os global bonds) com risco mínimo. No caso atual,“trata-se de mais uma opção”, de acordo comMeirelles, pois a instituição financeira que nãodispõe dos títulos para trocar por dólares, podecomprá-los com compromisso de revenda no prazo de 30 dias.No fim desse prazo, ainstituição terá que comprovar a emissãodos títulos cambiais, no valor total leiloado. Se houversobra, o banco comprador tem que devolver o valor ao BC. Meirellesdisse que o leilão será aberto a todos os bancos comomais uma alternativa de financiamento das exportações.No momento do anúncio, o BC ainda não havia definido oquanto colocaria à disposição do mercado, masafirmou que a demanda do mercado é que vai ditar a oferta. O diretor de PolíticaMonetária, Mário Torós, explicou como seráa regulamentação dos empréstimos em moedaestrangeira. Ele disse que os recursos do leilão de venda comrecompra simultânea serão emprestados pelo banco tomadornas operações de ACC e ACE.Essas operaçõesserão entregues ao BC como garantia pelo empréstimo emmoeda estrangeira. Será mais uma opção, segundoele, para regularizar a situação de crédito àsexportações, que, aos poucos, voltará a senormalizar. Torós acredita que “de 50 a 60% das necessidadesde crédito do setor estão sendo atendidas”. Deacordo com nota divulgada pelo BC, o Conselho MonetárioNacional (CMN) também aprovou resolução segundoa qual a autoridade monetária poderá receber em ACC eACE o equivalente a 100% do empréstimo em moeda estrangeira edefinir critérios para garantias suplementares, em títulospúblicos federais ou outros ativos em real, até olimite de 140% do valor da operação de empréstimo.