Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Diante da resistência do Congresso em aprovar areforma política, o governo federal já está disposto a fatiar o projetoe jogar algumas decisões para frente. A análise ponto a ponto da reforma foidefendida nesta segunda-feira (3) pelo ministro de Relações dasRelações Institucionais, José Múcio. “A proposta é que cada ponto seja discutido de formaisolada para que um ponto não sirva de elemento de negociação comoutro”, defendeu. “Não precisa que você analise ela como um todo”, disse após reunião com representantes da Frente Parlamentar pelaReforma Política com Participação Popular, no Palácio do Planalto. “Essaé a idéia que nós demos mas é uma decisão do Congresso”, ressaltou.José Múcio defendeu, ainda, que algumas mudanças passem avaler apenas duas ou três eleições após aprovadas. “Para que aquelaspessoas que são atores da reforma não se sintam prejudicadas”,justificou. A reforma política inclui temas polêmicos como fidelidadepartidária, coligações (verticalização), sistema de lista, votodistrital e cláusula de barreira.A fidelidade partidária, segundo José Múcio, já poderiaser discutida para a próxima eleição. Para isso, no entanto, o ministroacredita que seria preciso “encontrar uma janela que não tire o mandatodo partido, mas dê ao deputado o direito de ele fazer uma opção”.Já a verticalização, que obriga a repetição dasalianças nacionais nos estados, poderia valer para a próxima eleição ouficar para mais adiante, acredita o ministro. O mesmo vale para osistema eleitoral. “O importante é que os deputados e senadoresentendem que chegou a hora e o tempo de fazer”, frisou.O ministro descartou a convocação de uma AssembléiaConstituinte exclusiva para tratar da reforma política. “Todas as vezesque a gente deseja uma coisa que tem dificuldade a gente quer convocaruma Assembléia Constituinte exclusiva. Basta que haja uma vontade doCongresso, dessa Legislatura ou de outra, de que esse problema precisaser resolvido”, ponderou.