Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O vice-presidente deAgronegócio do Banco do Brasil (BB), Luiz Carlos Guedes Pinto, informou hoje (3) que a instituiçãoaumentou em 40% o financiamento da agricultura para asafra de 2008-2009, mas que o percentual foi maior na RegiãoCentro-Oeste, porque aquela área está precisando de maisde crédito rural. Segundo Guedes, o aumento do percentual emrelação ao do ano passado já estava previsto e,além disso, a crise provocou mudanças na economiamundial. “Isso fez com que muitos agentes que financiavam aagricultura no Brasil, principalmente na Região Centro-Oeste,os revendedores, se retraíssem, e eles eram responsáveispor 30% do financiamento agrícola. Isso provocou falta derecursos, o que exige a ampliação das outras fontesfinanciadoras”, disse ele, depois de participar de reunião doConselho Superior de Agricultura (Cosag) da Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mesmo com o aumento, Guedes reconheceu que aindahá carência de recursos para a agricultura, mas destacouque não há solução para isso a curtoprazo, já que o aumento do financiamento para os produtoresrurais depende não só de liberação denovos recursos, mas também da regularização demuitos produtores que tiveram que prorrogar suas dívidas emfunção das crises dos anos anteriores. Guedes defendeu a construção de umnovo modelo de financiamento para a agricultura, ampliando ediversificando as fontes de financiamento, com mecanismos quegarantam a renda do produtor rural. “Precisamos ampliar muito oseguro rural e implementar mecanismos de proteção derenda para que o produtor tenha opções e garantias depreço para sua produção no mercado futuro”. Para o dirigente do Banco do Brasil, da mesmaforma que o governo subsidia o seguro rural, deveria subsidiar essesmecanismos de mercado futuro.O presidente do Conselho Superior de Agricultura da Fiesp, Roberto Rodrigues, disseque o recurso disponível para a agricultura não serásuficiente para a safra deste ano, mas ressaltou que esse não é omaior problema, e sim o futuro com relação àrenda. “Temos que olhar um programa que considereenfaticamente uma política de renda para o setor. Nospaíses desenvolvidos, as instituições nãotêm medo de emprestar para o agricultor, porque têmgarantia de resultado com preços mínimos estipulados ecumpridos pelo governo”, afirmou Rodrigues.