Da TV Brasil
Brasília - Documentos confidenciais do Centro de Medicina Aeroespacial, obtidoscom exclusividade pelo repórter Paulo Garretano, da TV Brasil, mostramque, mesmo com diagnósticos oficiais de doenças cardíacas epsiquiátricas graves, controladores de vôo seguem nas escalas normaisde serviço, sem conseguir licenças médicas. A denúncia é do SindicatoNacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo.Segundo o sindicato, mesmo depois de dois graves acidentesaéreos no ano passado o setor ainda trabalha com número reduzido decontroladores de vôo. O presidente da instituição, JorgeBotelho, disse que faltam pelo menos 600 profissionais nas torres dos aeroportosbrasileiros. Nas salas de controle, de acordo com ele, os profissionais trabalham sob pressão, "sem folgas e mesmo sem condições de serem liberados quando com doenças graves".O controlador de vôo Humberto Gomes, morreu no último dia 18, vítima de uminfarto fulminante, durante seu horário de trabalho, na torre decontrole do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio deJaneiro, segundo o sindicato dos controladores. Gomes estavahá três anos em tratamento médico e atuava na condição de "apto comrestrições". Um dos documentos obtidos pela reportagem da TV Brasil, em papeltimbrado da Aeronáutica, relata que o controlador fazia uso do medicamento "Clonazepam", usado em doaneças como síndrome do pânico, depressão e transtorno bipolar.A Aerenáutica negou à TV Brasil que restrinja o direito dos controladoresde terem folgas ou licenças. Informou que respeita decisões e recomendações dos médicos, que têm competência para avaliar as condições de trabalho dos militares e controladores de vôo.A reportagem completa será exibida nesta terça-feira à noite, notelejornal Repórter Brasil, da TV Brasil, emissora gerida pelas Empresa Brasil de Comunicação - EBC, da qual também faz parte a AgênciaBrasil.