Ministro Patrus se diz “alijado” do processo decisório do PT em Belo Horizonte

25/10/2008 - 9h36

Marco Antônio Soalheiro
Enviado Especial
Belo Horizonte - "Mensagem à população de Belo Horizonte" divulgada na internet esta semana pelo ministro doDesenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, ex-prefeito dacapital mineira filiado ao PT, reforçou a divisão interna que restaráno partido após a eleição de amanhã (26), independentemente do resultado da disputa. Patrus declara ter sido excluído das negociaçõesque resultaram no apoio do PT a Márcio Lacerda (PSB), em uma aliançainformal com o PSDB. O acordo foi construído pelo atual prefeito de BH,Fernando Pimentel, que assim como Patrus é cotado para ser candidato agovernador em 2010. “Fui literalmente alijado do processo juntamente com outroscompanheiros do PT, das esquerdas, das forças democrático-populares,dos movimentos sociais, da base de apoio ao governo Lula”, diz Patrus na mensagem da internet que foi distribuida à  imprensa pelo deputado estadual petista Padre João.   O ministro enfatizou não enxergar razões que justifiquem aaliança com os tucanos. Para ele, o PT  “desapareceu” no processoeleitoral em BH.“Prevaleceu, infelizmente, uma concepção centralizadora,autoritária de alianças, sem qualquer fundamentação programática e decompromissos sociais. Dispensou-se a militância e apostou-se numacampanha baseada literalmente no marketing”, disse.Patrus ainda ressaltou na mensagem que pretende analisar até oúltimo momento as propostas e o comportamento dos candidatos Lacerda eLeonardo Quintão (PMDB). O ministro não confirma voto no candidatoapoiado pelo seu partido.“Não tornarei público o meu voto, porque isso só faz sentidoquando é pública a nossa adesão a uma candidatura. E a adesão plena sedá no compartilhamento de idéias, dos sonhos e dos projetos emcampanhas que nos mobilizam no mais fundo do coração e dos sentimentos.Infelizmente, esse não é o caso de Belo Horizonte”, justificou. O deputado Padre João, que se assumiu comodissidente e declarou apoio a Quintão, lembrou que oministro Patrus participou de 47 campanhas no interior de Minas e devárias em outros estados do Brasil. “O ministro Patrus contribuiu tanto com o partido em muitosmunicípios e não pode fazer o mesmo em BH, onde foi um prefeitodestacado e obteve mais de 300 mil votos para deputado federal”,lamentou Padre João.