Presidente do BNDES pede que economia brasileira seja vista com serenidade

24/10/2008 - 19h22

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje (24), na Câmara Britânica de Comércio, que a turbulência que se abateu sobre a economia mundial, a partir dos Estados Unidos, não encontra reflexos no Brasil e não condiz com os fundamentos da economia brasileira.Ele defendeu, com isso, que se olhe para a economia doméstica com “tranqüilidade e serenidade”. Embora admita que haverá uma desaceleração, em conseqüência de uma recessão na economia dos Estados Unidos e de alguns países da Europa nos próximos anos, o presidente do BNDES projeta um crescimento significativo da economia brasileira entre 2009 e 2012.Coutinho reconheceu que o país poderia chegar a uma taxa de crescimento próxima dos 6% ao ano, não fosse a crise econômica, mas disse que ainda acredita que o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) ainda seja significativo."Ainda que o crescimento caia no ano que vem, vamos nos manter perto dos 5% [de expansão do PIB]. Se não fosse a crise, poderíamos crescer entre de 5,5% a 6%. A tendência, agora, é de que esse crescimento fique em torno dos 4,8%, em 2009”, disse.Coutinho, no entanto, vê pontos positivos no atual cenário econômico financeiro mundial. Para ele, a crise não deixou de ser “uma benção” para alguns setores da economia, principalmente os voltados para a infra-estrutura. Para esses setores de infra-estrutura, os custos estavam, até o primeiro semestre, estrangulados pelo aumento dos preços das commodities no cenário internacional, de acordo com Coutinho."As empresas sofriam pressões de custo de orçamento, os preços do aço e o das matérias-primas estavam subindo muito. Neste aspecto, a crise foi uma benção para esses setores, porque agora esses custos estão baixando", avaliou.O presidente do BNDES ressaltou que o banco pode ajudar o setor da construção civil se houver necessidade. “Se o setor privado caminhar nessa direção, nós podemos dar apoio ao setor. Mas é claro que eu espero, e tenho certeza, devido a sua solidez, que o setor bancário brasileiro vai voltar a funcionar plenamente e vai poder ajudar a financiar o setor privado do país. E, aí, vai poder reduzir a sobrecarga sobre o BNDES. É essa a minha expectativa.”