Jordânia quer atrair mais investimentos de empresas brasileiras

24/10/2008 - 15h45

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Com um discursoenfático, no qual defendeu a ampliação dasparcerias comerciais com empresas brasileiras, o rei da Jordânia,Abdullah II Ibn Al-Hussein, abriu hoje (24) o Fórum ComercialBrasil-Jordânia. Segundo Abdullah II,que ontem foi recebido em Brasília pelo presidente Luiz InácioLula da Silva, esse processo teve início há trêsanos, quando a Jordânia recebeu apoio do governo brasileiro emnegociações no âmbito do Mercosul, durantereunião de cúpula entre países árabes elatino-americanos.Ele advertiu que, embora muitos paísesdesenvolvidos tenham preponderância no cenário econômicomundial, muitas pessoas ainda não contam com os benefíciosda riqueza gerada. Por isso, defendeu a união comercial comomelhor caminho para atender os jovens e a populaçãoexcluída. “Não seremos bem sucedidos isoladamente.Temos de buscar novas alianças”, disse o rei, que representao milenar e rico território de uma das 22 naçõesda Liga Árabe.Na platéia, além de executivos eempresários ligados à Câmara de ComércioÁrabe-Brasileira, havia representantes do setor exportadorbrasileiro, de agências promotoras de investimentos, como aJordan Investment Board (JIB),e das áreasfarmacêutica, de tecnologia de informação e decosméticos, nas quais a Jordânia espera investimentoexterno. Na missão que acompanha o rei, vieramrepresentantes de 11 empresas. No entanto, segundo assinalou AbdullahII, as chances de incremento das relações bilateraispodem se estender para os setores de transportes, comunicações,turismo, mineração e energia; “Estamos olhando para afrente”, disse ele, citando estudos que passam pelas alternativasde energia eólica e nuclear, além de outras fontesrenováveis.O presidente da Câmara de ComércioÁrabe-Brasileira, Antonio Sarkis, destacou o fato de o ProdutoInterno Bruto (PIB) da Jordânia ter crescido 6%, o que deixa opaís em condições de obter a confiança deinvestidores. Além disso, afirmou Sarkis, a Jordâniapassa por um processo de revitalização da construçãocivil, de criação de zonas francas, estando aberta àentrada de investidores em setores como o farmacêutico, otêxtil e a agricultura, entre outros.Dados da Câmara de ComércioÁrabe-Brasileira indicam que só osetor farmacêuticojordaniano espera alcançar produção anual de US$1,1 bilhão em 2012, gerando 7 mil empregos e com volume paraexportação de US$ 593 milhões, o que representa110% de crescimento sobre 2006. A expectativa de investimento nosetor é de US$ 184 milhões em pesquisa edesenvolvimento, ampliando em 1.050% o resultado de 2006 e devendoultrapassar a marca de 130 patentes. Há também intençãode explorar a matéria-prima extraída do Mar Morto paraproduzir cosméticos e produtos terapêuticos compostospor lama, água e sais.De janeiro a setembro deste ano, o Brasil exportouUS$ 233,18 milhões para a Jordânia, 8,39% a mais do queno mesmo período do ano passado. Foram embarcados para aquelepaís, entre os principais produtos, carnes, aeronaves, peçaspara aviões, açúcar e preparaçõesalimentícias. No movimento oposto, o Brasil importou US$ 10,89milhões, no mesmo período, 142,62% acima de igualperíodo de 2007. Entre os itens comprados da Jordânia,destacam-se aeronaves e peças, alumínio e produtosquímicos diversos. Para os países árabes, de janeiro asetembro, o Brasil exportou US$ 7,07 bilhões, 35% acima domesmo período de 2007. Já as importações,na mesma base de comparação, somaram US$ 8,3 bilhões,ou 101,56% acima do resultado do mesmo período do ano passado.