Deputados convocam secretário para falar sobre morte de diretor de presídio

24/10/2008 - 19h01

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As comissões de Direitos Humanos e de Segurança da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) decidiramhoje (24) convocar o secretário estadual de AdministraçãoPenitenciária, César Rubens Carvalho, para falar sobre o assassinatodo diretor do presídio de Bangu 3, José Roberto Amaral, ocorrido noúltimo dia 16. Ele teve seu carro atingido por cerca de 60 tiros defuzil, quando seguia para o trabalho pela Avenida Brasil, via expressaque liga a zona oeste ao centro da cidade.A decisão de convocar o secretário foi tomada durante audiência pública. A idéia é que o secretário participe da próxima audiência, na próxima sexta-feira (31).Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Alessandro Molon (PT), hoje foram tomados os depoimentos do coronel Francisco Spargoli, ex-subsecretário de Unidades Prisionais, e do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Francisco Rodrigues. Eles informaram que o estado não tem oferecido a segurança necessária para quem trabalha com o sistema prisional."Não há a menor dúvida que nesse triste episódio do assassinato do ex-diretor de Bangu 3, a omissão do estado foi fundamental para que ocrime pudesse acontecer", afirmou Molon. "Portanto, sem dúvida alguma, falhou o estadoem oferecer segurança e proteção ao diretor daquele presídio. Estamospreparados para, na próxima semana, cobrar do estado, através dosecretário de administração penitenciária, uma resposta para que avida de quem trabalha no sistema penitenciário seja protegida."Molon disse que tanto o coronel quanto o presidente do sindicato forneceram informações muito graves, que mostram que faltam condições de trabalho para quem nosistema penitenciário. O coronel Spargoli, exonerado do cargo desde a morte do diretor de Bangu 3, declarou que os diretores depenitenciária não contam com segurança e muitos não têmmotorista ou viatura. Spargoli disse também que o diretor assassinadoestava há cerca de três meses sem motorista à sua disposição.Durante a audiência, ainda segundo Molon, o presidente do Sindicatodos Agentes Penitenciários disse que os servidores dos presídios tambémestão sendo executados. O deputado falou que a idéia da audiência é acompanhar as investigações sobre o assassinato do diretor, mas também evitar que outros casos voltem aocorrer.