Crise não deve afetar vendas de material de construção, diz representante do setor

24/10/2008 - 16h32

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As vendas no varejo dematerial de construção cresceram 11% noacumulado dos últimos 12 meses, sem ainda os efeitos da retração da economia mundial. A informação foidada hoje (24) pelo presidente da Associação Nacionaldos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco),Cláudio Conz, em entrevista ao programa Revista Brasil,da Rádio Nacional. O setor da construção civil  possui  uma participação equivalente a  13% no Produto Interno Bruto(PIB), dos quais 4% corresponde a venda de materiais de construção.Claúdio Conz disse que é de este canal de comercialização do material de construção corresponde a 67% das venda do setor . A comercialização  em grandeescala, para construtoras, que corresponde a 23% do total, devepassar por um período de acomodação nos próximos15 dias. “Estamos aguardando um pouco esse momento, porque estáhavendo um replanejamento deles [construtoras] em relaçãoao financiamento”, disse ele. Para Conz, a baixa nas vendas para construtoraspermitirá, entretanto, que o material seja ofertado para oconsumidor, de modo que não falte nenhum produto no mercado eos preços não aumentem. “Tivemos, nos últimostrês meses, sérios problemas de fornecimento de cimento,principalmente em áreas em que a logística era maisdifícil”, lembrou Conz. Ele destacou os investimentos feitos pelaindústria brasileira de cimento, mas observou que os efeitosde tais aplicações só deverão sersentidos a partir do segundo semestre do próximo ano. “Achoque terminaremos o ano com crescimento na casa de 10,5%, o que éum excelente resultado. E dificilmente não vamos crescer odobro do PIB [Produto Interno Bruto] no ano que vem.” O empresário ressaltou também que as indústriasestão investindo agora para ter resultados até a Copado Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. “Quem olhapra 2014, vê que a copa é tijolo e cimento”, afirmou. Conz, que também faz parte do ConselhoCurador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), oúnico gargalo do setor da construção  está na falta de mão-de-obraqualificada. Para isso, cerca de 150 mil pessoas que estão noBolsa Família, vão ser qualificadas pelo Ministério do Trabalhopara trabalhar na construção civil.