Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Enquanto o PMDB comemora, o PT lamenta a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha à prefeitura de Porto Alegre. Como no primeiro turno, Lula preferiu manter-se afastado das cidades onde candidatos do PT disputam com políticos da base aliada.“O presidente Lula nos apóia. Evidentemente que potencializaria muito a sua presença aqui”, reconheceu Adão Villaverde, um dos coordenadores da campanha da candidata do PT, Maria do Rosário. Para compensar, a candidata do PT conta, nesta reta final de campanha, com um time de ministros petistas e com o apoio do cantor e compositor Chico Buarque. Mas, acima de tudo, conta com a mobilização da militância. “Estamos com a militância mais mobilizada na rua e isso dá um upgrade [reforço] com relação aos nossos adversários”, disse Vilaverde.Os resultados das últimas pesquisas de intenção de voto não assustam a equipe da candidata do PT. Faltando menos de uma semana para as eleições, os últimos levantamentos apontam para a reeleição de José Fogaça, com vantagem superior a 13% a 17,5%, de acordo com cada instituto de pesquisa. “Se somente as pesquisas determinassem o resultado das eleições, sequer estaríamos no segundo turno”, contestou Villaverde. No primeiro turno, diversas pesquisas apontavam Maria do Rosário em terceiro lugar, atrás da candidata do PCdoB, Manuela D'Ávila. Maria do Rosário acabou em segundo, com 22,73% dos votos, contra 14,35% de Manuela.Uma das estratégias para virar o jogo nesta reta final, segundo Villaverde, é mostrar que Maria representa os 16 anos de administração petista em Porto Alegre. “Vamos tentar afirmar que ela tem um legado de experiência e confiança, que é depositado pelo que foram as obras importantes e decisivas, que realizamos em Porto Alegre”, contou o coordenador de campanha.Maria do Rosário também pretende atacar frontalmente o adversário do PMDB, que esteve à frente da prefeitura nos últimos quatro anos. “Vamos tentar mostrar que a administração atual é muito aquém do que se esperava e que a gestão não tem um projeto de futuro para a cidade”, revelou.Mas o que pode fazer a diferença, neste segundo turno, é o apoio do PCdoB - antigo partido de Maria do Rosário. Para formalizar a aliança, a candidata do PT incorporou ao seu programa de governo propostas defendidas por Manuela, como a idéia de uma cidade tecnológica, a meta de trazer uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 para Porto Alegre e a prioridade para a mobilidade urbana, com ênfase na construção do metrô.Apesar de tudo, Manuela, como Lula, preferiu não participar da campanha, até agora. “Seria muito importante, evidentemente, que ela entrasse na campanha, mas nesse momento é fundamental, e poderá ser determinante, o engajamento desse conjunto de partidos, dentre os quais está o PCdoB, e de um conjunto de forças políticas e setores sociais importantes do município”, avaliou.No primeiro turno, estavam com Maria do Rosário, na Frente Popular, PT, PSL, PTC e PRB. Nesse segundo turno, aderiram à candidatura, além do PCdoB, PR e PTdoB, que também estavam com Manuela, e PSC, que integrava a coligação de Onix Lorenzoni (com DEM e PP). Todos têm espaço garantido na administração municipal, caso Maria do Rosário seja eleita.“Não nos passa pela cabeça que possamos fazer aliança só para ganhar as eleições. Todos aqueles parceiros que construírem conosco as condições de vitória serão parceríssimos para governarmos juntos. Para nós, a aliança é para ganhar as eleições e governar em todos os níveis, do primeiro aos últimos escalões”, garantiu Adão Villaverde, um dos coordenadores da campanha de Maria do Rosário.