Pela primeira vez, Petrópolis (RJ) realiza segundo turno e escolhe entre candidatos do PT e do PSB

20/10/2008 - 14h04

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - No próximo domingo (26), o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, vai escolher seu futuro prefeito emum inédito segundo turno. Em todo o estado, além da cidade imperial,apenas na capital e em Campos dos Goytacazes os eleitores terão quevoltar às urnas para escolher entre os dois mais votados no primeiro turno, no último dia 5. O candidato do PSB, Ronaldo Medeiros, que ficou emsegundo lugar, se diz vítima de um golpe, que deixou a população emdúvida e lhe “arrancou” eleitores. Apoiado pelo atual prefeito, RubensBontempo, ele liderou as pesquisas de intenção de voto durantepraticamente toda a primeira fase da campanha, mas nas urnas conquistou31,29% dos votos (52.986), ficando quase dez pontos percentuais atrásde seu adversário, o candidato do PT, Paulo Mustrangi, que teve 41,12%dos votos (69.644).Às vésperas da eleição, Ronaldo Medeiros teve oregistro de sua candidatura cassado e a inelegibilidade declarada pelaJustiça Eleitoral, acusado de abuso de poder político, com utilizaçãode verba dos cofres municipais em sua campanha. Uma liminar concedidapelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio, no entanto, garantiu que elecontinuasse no pleito até o julgamento final do processo.“Eu tenho que negar essas acusações porque sãoinverdades. As pessoas ficaram na dúvida se poderiam votar em mim e eufui muito prejudicado. Por conta disso, houve desequilíbrio do pleito eviemos para o segundo turno, mas eu estou muito otimista. Hoje, apopulação está assimilando que foi usada de alguma forma por umamentira”, defendeu-se o candidato. Já seu adversário, Paulo Mustrangi, animado com o resultado das urnas,prometeu mudanças em relação à atual gestão. Quando perguntado sobre asdenúncias enfrentadas por Medeiros, ele afirmou apenas que respeita adecisão do TRE. “Essa é uma questão da Justiça Eleitoral. Asdenúncias foram acatadas e a Justiça tem autonomia para fazer essediscernimento e tomar suas decisões. Cabe-nos respeitar a legislaçãoeleitoral e é assim que estamos conduzindo nossa campanha, que é dotostão contra o milhão”, afirmou ele, que diz também ter sido alvo deameaças e de comportamento agressivo por parte de militantes de seuadversário. Até o fim da semana, Medeiros e Mustrangi prometem seesforçar para atrair os votos de quem preferiu não votar em nenhum doscandidatos. No primeiro turno, as abstenções somaram 17% e os votosbrancos ou nulos chegaram a 13%. Para a segunda fase do pleito, uma pesquisa divulgadapelo jornal Tribuna, na semana passada, apontava o crescimento dapreferência por Paulo Mustrangi, que ficou com 52,77% das intenções devoto, contra 29,39% alcançadas por Ronaldo Medeiros. O número deindecisos é de 8,06%; votos nulos, 9,26%, enquanto 0,52% dos entrevistadospreferiram não responder. Ao todo, o instituto Informa, responsávelpelo levantamento, ouviu 615 eleitores. A pesquisa foi registrada naJustiça Eleitoral.