Paulo Bernardo: otimismo não é "de fachada" e reflete confiança no trabalho de seis anos

16/10/2008 - 0h43

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileiro semantém otimista porque confia no trabalho realizado nos últimosseis anos. Essa foi a resposta do ministro do Orçamento, Planejamento e Gestão, Paulo Bernardo, à reportagem publicada ontem (15) no jornal francês Le Monde, segundo a qual o otimismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a crise financeira internacional "é de fachada", e que apesar disso o Brasil não ficará imune.

“Nãopodemos sair correndo atrás de qualquer coisa que os analistasfalam nos jornais, na televisão ou no rádio. Nãopodemos impedir ninguém de falar o que quer que seja, aliberdade de expressão tem que ser preservada. Tem que ver seé alguém que conhece a realidade do Brasil ou se éalguém que está dando um pitaco lá de fora.”Paulo Bernardo reforçou que o país construiu reservas internacionaisde mais de US$ 200 bilhões e está “com as contas emordem”, com a inflação sob controle e com a dívidaexterna “praticamente zerada”.Ele reafirmou que na medida em que a cotaçãoda moeda norte-americana sobe, o governo brasileiro é“beneficiado” por ter “dólar em caixa”. “Nossosdólares acabam valendo mais, o que diminui nossa despesa”,disse.

“Entendoque haja preocupação maior nos mercados mas nãoentendo essa histeria que, às vezes, leva a bolsa a subir 5%em um dia e no outro cair 10%. Parece um bando de malucos. Se nós– seja o governo ou uma empresa privada – formos correr atrásdo que dizem os operadores da bolsa, que estão no olho dofuracão, vamos enlouquecer e o país também.”

De acordocom o ministro, o país precisa ter tranqüilidade,observar o que acontece no mercado financeiro e quais são asconseqüências reais na economia brasileira. Ele avaliou,entretanto, que o governo precisa tomar medidas que facilitem aconcessão de crédito pelas instituiçõesfinanceiras.

Paulo Bernardo fez as declarações em entrevista concedida depois de participar do programa Bom Dia, Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).