Da Agência Brasil
Brasília - A vinculação de casos decâncer com o uso de telefone celular, por causa das radiaçõesnão-ionizantes, não está comprovada e, atése chegar a uma conclusão, são necessáriosestudos de longa duração. Foi o que afirmou hoje (16) aassessora especial do Ministério da Ciência eTecnologia, Léa Contier, em entrevista ao programa RevistaBrasil, da Rádio Nacional.
Léaé integrante da coordenação do 6ºWorkshop Internacional sobre RadiaçõesNão-Ionizantes, Léa Contier. O evento se realiza no Riode Janeiro, até sábado (18).
Ela conta que os resultados daspesquisas que analisam os riscos da exposição aradiações não-ionizantes são produto delongas investigações, principalmente pela ComissãoInternacional de Proteção Contra as RadiaçõesNão-Ionizantes.
“Por enquanto não hánenhuma evidência disso [do uso do celular aumentar aschances do usuário desenvolver câncer], mas osestudos são de longa duração. Acompanha-sevárias pessoas, durante vários anos, e os resultadossão apresentados a cada quatro anos, para se ter maior rigorcientífico”.
De acordocom Léa, o evento conta com a presença deespecialistas do mundo todo, vindos de 20 países. São180 participantes. Na ocasião, serão analisados osúltimos dados científicos sobre radiaçõesnão-ionizantes, especialmente aquelas emitidas por antenas eequipamentos de telefonia celular, estaçõestransmissoras de rádio e televisão e linhas detransmissão e distribuição de energia elétrica.
Léa Contier lembrou que, noBrasil, há regulamentação sobre como asoperadoras de telefonia celular e as distribuidoras de energiaelétrica devem atuar quanto às emissões deradiação. “As radiações, emgeral, são divididas em duas faixas: ionizantes enão-ionizantes. As ionizantes a populaçãoconhece bem, que são, por exemplo, as de raio-X. Asnão-ionizantes são as que são geradas poraparelhos eletrônicos que usamos, linhas de transmissãode energia ou radiações emitidas por antenas. O efeitodessas radiações não são muitoconhecidos, por isso tantos questionamentos”, explica.