Secretário do Tesouro defende decisão do Banco Central de aumentar a liquidez

08/10/2008 - 16h02

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, ArnoAugustin, defendeu hoje (8) o aumento da liquidez como estratégiade política monetária adotada, no momento, pelo BancoCentral, diante da crise financeira internacional. Augustinnão acredita que o Brasil esteja na contramão dapolítica monetária adotada nos países europeuspara amenizar as fortes turbulências, mas não quisantecipar novas iniciativas do governo para enfrentar a situação.

“A cada momento que fornecessário, nós vamos anunciar as políticas quese entendam corretas e que diminuam o efeito no Brasil. A gente jáanunciou várias e poderá anunciar outras. Isso éuma ação que deve ter um conjunto de desdobramentos”,disse referindo-se à evolução da crise e aosníveis de liquidez necessários.

Ele descartou qualquer alteraçãono superávit primário como forma de economizar maisdurante as turbulências econômicas mundiais. “O governoestá fazendo este ano um primário [superávitprimário, que é a economia para pagar os juros dadívida] de mais 0,5% e o governo acha importante votar oFundo Soberano que pode auxiliar na solução dessacrise”, avaliou.

Segundo o secretário, ogoverno vai continuar com a política fiscal em curso, pois amesma tem sido “muito bem sucedida” permitindo que os fundamentosda economia brasileira tenham sido suficientemente fortes paraenfrentar as turbulências.

“Especificamente, o efeito dessaturbulência sobre o Brasil, de médio prazo, éalgo que tem que ser acompanhado. Neste momento, o que nósestamos fazendo é continuar com a política fiscal quenós temos até agora”, afirmou.

Quanto à forte desvalorizaçãodo real, o secretário afirmou que o governo continua atento etem tomado as medidas necessárias. Ele entende que uma sériede problemas deve ser analisada e não só a questãosimplesmente do câmbio, mas também o efeito da alta dodólar no preço das commodities.

“O governo está fazendoavaliações a cada momento e no, caso do câmbio,vai avaliando uma melhor forma de evitar que a crise internacionaltenha maiores conseqüências aqui”, conclui.