Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A secretária do Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso doSul, Tereza Cristina da Costa Dias, afirmou hoje (8) que o estado vairecorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar possíveisdemarcações de terras indígenas. Como em outros casos - como o da Terra IndígenaRaposa/Serra do Sol, em Roraima, e da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, na Bahia -, o governo pretendequestionar na mais alta instância da Justiça brasileira a validade dasdemarcações.“O estado deverá entrar com uma ação cautelar pedindo aparalisação dos estudos [que estão sendo realizados pela Fundação Nacional do Índio] devido aos prejuízos que as demarcações podem causar epelo rompimento do pacto federativo”, disse Tereza Cristina, em visita à sededa Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo.De acordo com ela, o procurador do estado já está analisandoo processo. Ela disse que não sabe quando ele será protocolado, pois issotambém faz parte da estratégia jurídica que será adotada.Para a secretária, a questão fundiária entre índios eagricultores sul-mato-grossenses e de todo país só terá solução em dois campos:jurídico e político. Na Justiça, o governo do estado e os agricultores, por meio daFederação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), já têm tomado medidas. Já no campo político, ela sugere que seja criado um“fundo” para custear gastos com lobby e outras ações.“Temos que parar de achar que lobby é feio”,disse Tereza Cristina, ressaltando, porém, que a iniciativa teria de ser dospróprios produtores. “Sugiro isso como produtora. Vejo que há agricultor quenão consegue arcar com os custos para proteger sua terra.”