Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar daqueda na fecundidade ter sido registrada em todas as regiõesdo país, as taxas, de acordo com o Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (Ipea), são desiguais. Em 2007, osmais baixos índices de fecundidade foram observados no Sudesteenquanto os mais altos foram encontrados no Nordeste. De acordo com a pesquisa Pnad 2007: Primeiras Análises, a taxa defecundidade total no ano passado foi de 1,83 filho por mulher. A médiafoi inferior à chamada taxa de reposição (de 2,1), que significa omínimo de filhos que cada brasileira deveria gerar para que, no períodode trinta anos, a população total do país seja mantida.Enquanto, em1992, uma mulher nordestina tinha 1,2 filho a mais que uma residentena Região Sudeste, no ano passado essa diferença era de 0,5 filho.
De acordocom a pesquisa, a fecundidade é maior nas camadas de maisbaixa renda, mas a distância entre as camadas sociais tambémtem diminuído ao longo dos anos quando o assunto é aquantidade de filhos. Em 1992, mulheres de baixa renda tinham 3,3 filhos a mais que as de alta renda. Em 2007, essa diferença passou a ser de 2,6 filhos.
A coordenadora do grupo técnico depopulação e cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano, acredita que, caso avelocidade da queda de fecundidade seja mantida, o Brasil poderáter de recorrer a políticas de incentivo ànatalidade.
“Mas é uma política de longo prazo e difícil.A gente está vendo a experiência européia. Jáse gastou muito dinheiro incentivando a natalidade com resultadospequenos. É o caso também do Japão.”
O estudo do Ipea revela ainda que mulheres brasileiras que possuem alta renda têmapresentado taxas de fecundidade “extremamente baixas” –semelhantes, inclusive, a de países como Itália,Espanha e Japão, onde os números não ultrapassam1,3 filho para cada mulher.
O grau de escolaridade, segundo o Ipea, também reflete em mudanças nastaxas de fecundidade. Em 1992, uma mulher com baixo nívelde educação tinha 1,8 filho a mais que mulheres comalta escolaridade. Em 2007, esse mesmo índice foi reduzido para 1,4.