Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O navio oceanográfico Ary Rongel partiu hoje (7) do Rio de Janeiro para a 27ª edição da Operação Antártica (Operantar) levando, 31 pingüins resgatados das prais do estado. Também seguem para o continente gelado 78 tripulantese 27 pesquisadores de universidadesbrasileiras e convidados.Esta é a primeira vez queas aves pegam carona para voltar para casa no Ary Rongel, já que aviagem de volta - quando eles eram encontrados fora de seu habitat - era feita, até o ano passado, em aviões da Força AéreaBrasileira. Os pingüins estavam em tratamento no Jardim Zoológicode Niterói e, primeiro, passarão pelo Centro de Tratamento de Animais Marinhosda Universidade do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, onde passarão pornova avaliação, para depois serem levados de volta para a Patagônia, nosul da Argentina, de onde vieram trazidos por correntes marítimas. Segundo o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeirosdo estado, as praias do Rio receberam mais de 500 pinguins, umnúmero recorde, mas a maioria morreu devido às más condições físicas.O Ary Rongel deve chegar ao porto de Rio Grande (RS)no próximo dia 10. Depois de desembarcar os pingüins, o “GiganteVermelho”, como é chamado, receberá mais uma carga de equipamentos ealimentos para serem levadas para a Estação Antártica Comandante Ferraz. Dali, a partida está prevista para o dia 12 de outubro.O comandante do Ary Rongel, ocapitão-de-mar-e-guerra, Arlindo Moreira Serrado, lembra que, a exemplodo ano passado, esta Operação Antártica marcará as atividades brasileiras do Ano Polar Internacional, um conjunto de ações científicas focadas naAntártica e no Ártico e a relação de fenômenos que ocorrem nestes continentes como restante do planeta.As ações do API começaram em março de 2007 e se encerram em março de 2009.Desde 1982, o Brasil desenvolve pesquisas científicas na Antártica, com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar). As pesquisas sãoselecionadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e, conformedestacou Serrado, a demanda por estudos na região temcrescido tanto que, no próximo ano, a Operação Antártica vai ter doisnavios.“A Marinha já adquiriu um novo navio polar [oceanográfico] para apróxima viagem, que deve acontecer em outubro do ano que vem. Aembarcação será um pouco maior que o Ary Rongel e terá equipamentosmais modernos para dar um suporte melhor às pesquisas na Antártica”,acrescentou o comandante da operação, que estará de volta ao Brasil emabril de 2009.O Proantar começou suas atividades com onavio Barão de Tefé. Em 1994, depois de participar de 12 operações antárticas, a embarcação foi substituída pelo AryRongel.