Morillo Carvalho
Enviado Especial
Unaí (MG) - Alheio àscomemorações que se espalham pelo centro de Unaí(MG), Antério Mânica que se reelegeu hoje (5), com 59,01% dosvotos válidos, recebe os cumprimentos de seu eleitorado deforma tímida na casa de sua mãe.Em entrevista exclusivaà Agência Brasil, ele reiterou que é inocente noepisódio do assassinato de quatro fiscais do trabalho emjaneiro de 2004 do qual é acusado junto com o irmãoNoberto Mânica.“O povo de Unaíme conhece. São 30 anos e meio de Unaí. [O povo] Conhece minhaíndole não é de hoje, sabe da minha vida e, desdea outra vez [eleição], a população járeconheceu isso”, disse.Quando venceu aseleições de 2004, Mânica já era acusado de participarda chacina e foi preso dias antes do pleito.Agora, elecobra da imprensa os esclarecimentos do caso.“O que falta agora éa imprensa reconhecer a verdade, tomar reconhecimento do que éo processo e do que está no processo [que investiga a autoria dachacina]. Eu até hoje não fui indiciado por queminvestigou o crime, nem a Polícia Federal nem a PolíciaCivil encontraram sequer um indício. Um juiz por ofíciomandou me prender duas vezes mas sem a consciência tranquila”,disse.O prefeito reeleito diz que pediu por três vezes o “julgamento imediato docaso” ao Supremo Tribunal de Justiça, o que não foifeito até hoje. É que primeiro é preciso julgaros autores dos disparos para depois julgar quem é suspeito deser o mandante da ação.“Eu quero crer que,se eles tivessem um indício sequer da minha participaçãonaquela fatalidade, eles me julgariam e me colocariam na cadeia. Naverdade, não tem sequer indícios. Nãoparticipei. Tenho a consciência tranqüila e não seiporque eles estão fazendo isso comigo.”E tornou a culpar aimprensa. “Eu gostaria que a imprensa nacional tomasse conhecimentoda verdade fosse ao Tribunal Regional Federal, procurasse o processo,que é público, e que se debruçasse lá e visse averdade porque o que foi informado até hoje não refletea verdade”, afirmou.