Marco Antônio Soalheiro
Enviado especial
Belo Horizonte - Após ser surpreendido pelo crescimento deLeonardo Quintão (PMDB) na última semana de campanha, o candidatoMárcio Lacerda (PSB), protagonista da aliança informal entre PT ePSDB, disse hoje (5) que o resultado das urnas o obriga a fazeralterações estratégicas na campanha. Após chegar a abrir mais de 20pontos de vantagem para o segundo colocado nas pesquisas, o socialistafechou o primeiro turno com vitória por menos de três pontos percentuais. “Nós cometemos um erro. Vamos fazer mudanças na formade operarmos. A posição muito boa que alcançamos gerou certaacomodação”, admitiu Lacerda. Ele deixou transparecer que uma daspossíveis mudanças seria passar a responder a ataques de forma maisenérgica. O candidato tachou de “denúncias absurdas, sem pé nemcabeça”, materiais divulgados anonimamente que vinculam o nome dele aoesquema, que ficou conhecido como “mensalão”, no qual parlamentares eramsupostamente beneficiados financeiramente para votar projetos dogoverno. À época, Lacerda era secretário-executivo do Ministério daIntegração Nacional.Em tom sereno, Lacerda afirmou que sempre consideroua hipótese de segundo turno, que avaliou como “saudável para a democracia”.Ele se disse pronto para o desafio de confirmar que a aposta dogovernador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT) emsua candidatura não foi em vão.“Tenho uma certa pele de crocodilo. Não nasci ontem.Tenho 62 anos, uma vasta experiência gerencial , técnica,administrativa e política também. Estou preparado para qualquerdisputa”, garantiu Lacerda, que concorre pela primeira vez a uma eleição, apesar de militar politicamente há 30 anos. Assim como Leonardo Quintão, a campanha de Lacerdapretende conquistar o apoio dos candidatos que deixaram a disputa,especialmente de Jô Moraes (PCdoB) e Sérgio Miranda (PDT), porconsiderá-los mais identificados ideologicamente com a aliança, que jáagrega 12 partidos formalmente, e dois informalmente.