Indústria está resistente à crise, diz Miguel Jorge

06/10/2008 - 17h16

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria tem dado sinais de muita resistência à crise internacional, afirmou hoje (6) o ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, após o lançamento do caderno técnico Proposta de Política Industrial para a Construção Civil - Edificações, elaborado pelo Departamento da Indústria e Construção Civil (Deconcic) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, a continuidade do desenvolvimento da indústria dependerá de como o governo resolverá o problema do crédito. “Essa é a maior preocupação do governo, que está acompanhando muito de perto a questão da liquidez no mercado para que nós possamos fazer a irrigação de recursos para que se continue tendo crédito, porque isso é que fará a economia continuar se movendo”, revelou.O ministro disse esperar que os efeitos da crise, no Brasil, sejam os mínimos possíveis e que, até agora, não se sentiu o impacto negativo como em outros países. De acordo com ele, o governo usará os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para evitar a diminuição das exportações. “O crédito para o consumidor já reduziu um pouco, mas até agora não tem nenhum sinal de que tenha havido um problema muito sério.” Ele ressaltou que tem ocorrido a redução dos prazos para os financiamentos, mas que a maioria das pessoas, cerca de 80%, se enquadra nos financiamentos de até 48 meses e que esses tipos de financiamento não foram afetados até agora.Para Miguel Jorge,o caderno técnico lançado hoje pela Fiesp dá uma contribuição importante para a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP)  lançada pelo governo federal, em maio, porque trata de assuntos fundamentais para a construção civil. "Portanto é uma base importante para que possamos fazer com que a construção civil não só cresça, mas se modernize”, disse.A publicação da Fiesp traz análises de dados do setor e cinco propostas para o empresariado e o estado, com o objetivo de modernizar e industrializar a cadeia produtiva da construção. Em termos de marcos regulatórios, a federação sugere que os critérios dos códigos de obras sejam padronizados e que sejam incluídas boas práticas de referências normativas, além da revisão das normas com ênfase na industrialização.O caderno trata, ainda, da revisão tributária e propõe definir novos componentes na classificação de produtos e alíquotas; capacitação para fomentar a qualificação a mão-de-obra; atualização de técnicos de nível superior; homogeneização de critérios de qualificação e difusão do Sistema Brasileiro de Qualificação; disseminação de ferramentas de gestão em Tecnologia da Informática na construção civil; e inovação tecnológica para desenvolver produtos.