Em Duque de Caxias, cabos eleitorais são presos por boca-de-urna e compra de votos

05/10/2008 - 21h12

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Na cidade de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, o crime de boca-de-urna foi o mais comum durante as eleições de hoje (5) e levou cerca de 90 pessoas à principal delegacia da cidade. No município, outras pessoas também foram detidas acusadas de compra de votos e transporte ilegal de eleitores.O balanço foi apresentado após o término das votações pelo juiz eleitoral, Paulo César Vieira. Ele informou que os 90 detidos prestaram depoimento e depois foram liberados. Já os cabos eleitorais detidos por outros crimes foram encaminhados à sede da Polícia Federal em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. O juiz não soube precisar quantos eram.A Polícia Federal não respondeu à Agência Brasil sobre as detenções, que podem ter terminado em prisões em flagrante.Para o juiz de Caxias, todos os crimes eleitorais são preocupantes. Entretanto, ele destaca a boca-de-urna como o mais grave porque pode esconder outro crime: o de compra de votos. “Além de prejudicar a tranqüilidade do eleitor, a boca-de-urna é a forma, por excelência, de compra de votos. O candidato contrata uma pessoa para a fazer a boca-de-urna, paga para que ela trabalhe durante o dia, mas nesse pagamento está expressamente a idéia de que compra o voto dela”, disse. Ainda de acordo com Paulo César Vieira, as efetivas detenções por compra de votos em Caxias foram caracterizadas pela apreensão de listas com valores ao lado de nomes e números de títulos de eleitores. “Eram valores aproximados de R$ 50. Isso pra gente indicava de modo claro compra de votos”, afirmou. Apesar dos problemas, na avaliação do juiz eleitoral as eleições na cidade foram tranqüilas em comparação com o último pleito municipal, em 2004. “Foi ótimo. Dos últimos tempos, uma das eleições mais tranqüilas. A fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral trabalhou para que o eleitor votasse em paz. Daí o número razoável de prisões.”