Depois de 11 horas de negociação, governo e oposição encerram encontro sem acordo

06/10/2008 - 9h00

da Agência Brasil

Brasília - Asnegociações entre o governo da Bolívia e os prefeitos dos nove departamentos do país – quatro delesopositores – terminaram sem acordo. Após 11 horas dedeliberações, o debate será levado ao Congressoboliviano, que irá decidir a convocação de umreferendo que aprove a reforma constitucional. As informaçõessão da agência argentina Telam.

Asautoridades nacionais, de acordo com a agência, sustentaram que“a minoria não pode, agora, chantagear a maioria” e exigirmudanças no projeto constitucional, aprovado em dezembro doano passado pela Assembléia Constituinte.

Jáa oposição destacou que o fracasso do diálogo“não pode significar jamais o início de um ciclo deconfrontação e de violência” e pediu que sejamfeitos esforços para que os pontos de divergência quelevaram à crise política na Bolívia sejamresolvidos “por vias democráticas”.

Oprefeito opositor do departamento de Tarija, Mario Cossío,atribuiu a ausência de um acordo com o governo àimpossibilidade de encontrar “as coincidências necessárias”em temas centrais da agenda boliviana.

Oministro do Desenvolvimento Rural, Carlos Romero – que dirigiu amesa de discussão sobre a nova Constituição esobre a autonomia dos departamentos opositores – anunciou que osacordos sobre poderes regionais alcançados durante o diálogoserão incorporados ao projeto que será submetido aoreferendo.

Cossío,entretanto, disse que tais acordos não satisfazem aexpectativa de “autonomia departamental plena” dos prefeitosopositores e negou que a oposição tenha pretendidorevisar totalmente o projeto da Constituição.“Apresentamos um conjunto de temas pontuais que requerem umaanálise mais profunda”, afirmou.

Diante dapossibilidade do referendo, os prefeitos opositores pediram aopresidente Evo Morales que seja feita uma auditoria do padrãoeleitoral no país para garantir transparência àconsulta pública.

A reuniãoentre governo e oposição começou ontem (5) emCochabamba, cerca de 500 quilômetros ao sudeste da capitalLa Paz, e foi acompanhada por observadores daOrganização das Nações Unidas (ONU), daOrganização dos Estados Americanos (OEA) e da Uniãode Nações Sul-Americanas (Unasul).