Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, afirmou, em entrevista coletiva, na noite de hoje (5), que vai apostar na comparação da sua gestão com a do atual prefeito Gilberto Kassab, e na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha, para sair vencedora nas eleições municipais da capital paulista no segundo turno, em 26 de outubro. "Nós não fizemos para valer nenhuma comparação [entre as duas gestões, na campanha do primeiro turno]. Eu vi que tinham desafios [por parte do candidato Gilberto Kassab], mas nós não respondemos nada. Nós fizemos uma campanha propositiva. Nessa [campanha de segundo turno] nós vamos comparar além de gestões, cada detalhe, e nós vamos comparar trajetórias políticas. Eu peguei a cidade devastada, um bando de gafanhotos. Era Pitta e Kassab, que era secretário de Planejamento", disse. A petista ressaltou ainda que vai contar com a presença do presidente Lula na campanha de segundo turno e que sua candidatura será a única a poder fazer uma parceria "de fato" com os projetos do governo federal. "Vamos fazer uma parceria de fato com a Presidência da República, porque os recursos que vieram para o SAMU [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] estão no banco e não foram usados. E nós vimos o que tem acontecido com quem pede uma ambulância nessa cidade. O presidente Lula se mostrou disposto a entrar em todos os momentos da campanha que achássemos necessário. Estamos conversando para saber a hora em que ele entra. E ele vai entrar, evidentemente. O maior líder brasileiro se chama Luiz Inácio Lula da Silva e quiçá o maior líder que o Brasil já teve. E é claro que ele faz diferença", considerou.Diante de sua votação, menor do que a sugerida pelas pesquisas de intenção de voto, Marta afirmou estar satisfeita com o resultado do primeiro turno e disse que conseguiu realizar o planejamento inicial de sua campanha, de passar para o segundo turno."Temos uma nova eleição agora. Nessa nova eleição nós vamos poder comparar trajetórias políticas e propostas para essa cidade. Eu fui prefeita dessa cidade em um momento muito diverso. Eram os últimos dois anos no FHC, dez milhões de desempregados, a cidade com muita carência, recebemos da gestão Pitta/Kassab uma cidade completamente caótica. E pudemos fazer uma gestão criativa e inovadora. A gestão atual viveu em tempos de bonança no governo Lula, uma gestão que teve R$ 10 bilhões a mais de orçamento", afirmou. Quando questionada sobre a possibilidade de receber apoio de Geraldo Alckmin no segundo turno, Marta teceu elogios ao tucano, mas considerou que a decisão cabe ao candidato do PSDB. "Elogio o ex-governador, a postura e a elegância ética do governador, acredito que ele conseguiu ter uma dignidade que eu respeito, na adversidade que ele viveu. A posição dele, é ele quem vai decidir", disse.